Auto da Autocrítica

1460119_684976718188075_1187866168_n

“Quando todos os homens pensam igual, nenhum pensa muito.” W.L. 

Os debates duros são assim: esclarecedores. A esquerda anda nisto há tanto tempo que já devia saber que os debates com demasiada diplomacia, de trato barroco, não acrescentam nada. Onde não há questionamento não há detalhes mal explicados, tudo é uma certeza à partida. Um dogma. Para haver questionamento podemos partir de qualquer lado, seja de uma frase de W.L, seja de um ensaio de J.P.P.. 

Nos tempos mais recentes deste blogue, os autores próximos do PCP, como há uns tempos os do BE, tentam sistematicamente purgar daqui o antagonismo que sempre houve, e que marcou a identidade deste espaço. Todos o reconhecem e poucos são excepção a esse “estilo”. Qualquer análise estatística o comprova. Sempre se viveu bem com esse modo de estar e sempre se discutiram as maiores diferenças. Houve entradas e saídas, naturalmente, mas a dureza do debate e a sua fecundidade também têm um preço.

A moral desta história, curiosamente, tem tudo a ver com a forma como o PCP escolheu celebrar os 100 anos do aniversário de Álvaro Cunhal, tratado não como um dirigente que deve e merece ser estudado, não para confrontar as suas ideias ou para questionar a actualidade da sua estratégia, mas simplesmente para a idolatria, praticamente esvaziada de conteúdo. Sem querer, ou talvez não, o Tiago Mota Saraiva fez neste post o melhor resumo da posição do PCP sobre o Álvaro Cunhal e a melhor metáfora do comportamento de alguns dos seus militantes no 5dias.

Álvaro Cunhal, como aqui escrevi e como a Raquel concretiza com mais rigor, foi, na perspectiva de uma mão cheia de gente à esquerda do PCP, um reformista contra-revolucionário, como comprovam os factos históricos aos quais está associado. O debate deve pois ser feito sobre os factos, e estes, especialmente sobre o Álvaro Cunhal, não dão pano para tudo. Os cunhalistas mais sérios argumentam que o 25 de Novembro se deve à urgência em evitar uma guerra civil, outros até, insuspeitos trotsquistas, acham que mesmo uma direcção inquestionavelmente revolucionária não tinha tido condições objectivas para o projecto socialista avançar. Para lá do que se disse de bem, acrescento outra, a de que, pelo menos em tese, ofereceu alguma resistência ao euro-comunismo. Como aqui mostrou o Ricardo Ferreira Pinto, é possível defender o legado de Cunhal sem cortinas de fumo.

Tudo isto seriam boas pistas para um debate que, repito, só desassombrado se torna esclarecedor. Mas a verdade é que a dimensão menos consensual de Cunhal continua a não ser debatida, o que torna a organização, e nela boa parte dos seus militantes, incapazes de perceber o erro e as consequências de cada cisão, de cada divergência, de cada lição. Não tem que ser assim e este debate também o demonstra.

No meio da gritaria houve um contributo qualitativo, que ao contrário do que eu e muitos dos que participaram nesta discussão sabiam, mostrou um documento onde Álvaro Cunhal fez autocrítica de um dos erros que lhe apontei. Como não quero responder com cegueira à cegueira, não só faço questão de o rectificar como de assumir que o devia saber e o devia ter referido desde o início. Saber que algures Cunhal e a sua direcção reconheceram o erro que muitos dos seus acólitos se recusam em chamam pelo nome – delação – nada muda sobre o papel de Cunhal no 25 de Abril, mas deixa perceber porque é que o combate ao esquerdismo continua algo irracional até aos dias de hoje. 

“Um aspecto entretanto se deve ainda referir. Há tempos estiveram em Portugal dois desses elementos que, por actividades políticas passadas, não têm uma situação legal. Aplaudindo a sua actividade cisionista, a PIDE podia não estar interessada na sua detenção. Mas poderia também estar interessada em fazê-lo para efeitos de especulação política e para lhes dar um pouco de “autoridade de revolucionários” na sua luta contra o Partido. De qualquer forma, trata-se de pessoas que não tinham uma situação legal e podiam ser presas pelo nosso inimigo. Por isso, primeiro o Secretariado do CC, depois o Comité Central na sua reunião de Janeiro de 1965, consideraram um erro e infracção da orientação traçada anteriormente a publicação no Avante! do nome desses dois inimigos do Partido»

Álvaro Cunhal, «Relatório da actividade do Comité Central ao VI Congresso do PCP»

A informação da autocrítica é manifestamente importante, porque é edificante mas sobretudo porque explica a razão pela qual os “inimigos” são considerados “inimigos” e, com alguma sorte, a razão do erro. Pleno de fôlego literário, o que havia a evitar era que, uma vez nas mãos da PIDE, os “inimigos” pudessem usufruir do privilégio de ter ‘um pouco de “autoridade de revolucionários” na sua luta contra o Partido’.

Este debate valeu a pena tenha ele o preço que tiver apenas para que esta autocrítica – que guardarei para citar muitas vezes – não seja esquecida nas comemorações do 100º Aniversário de Álvaro Cunhal. Como aqui escrevi, “naquele tempo como agora, são as decisões superiores a travar o(s) processo(s), e não o processo a determinar as decisões superiores. Quem prefere o silêncio está no seu direito, com muita pena minha, mas não está no direito de dizer que a sua escolha pelo fim das palavras é resultado de uma mordaça que ninguém por aqui impôs a ninguém. A escolha é simples. Ou o 5dias permanece como um espaço plural, entre pessoas que querem e sabem debater política sem religiosidade, ou o 5dias se transforma num blogue onde o Partido Comunista é o único a salvo da crítica.”

1461478_10151861157174425_1120099205_n

Retirado daqui: Avante! (n.º 349, VI série, de Dezembro de 1964)

Esta entrada foi publicada em 5dias. ligação permanente.

35 respostas a Auto da Autocrítica

  1. João. diz:

    O Renato está com receio que os comunistas saíam do blog e ele, o Renato, perca a sua razão escrever aqui. A meu ver parece-me que os comunistas têm de gastar energia demais consigo, a responder a posts seus, seus e da sra Varela, quando poderiam estar a responder às acções do governo, da direita, e ao pensamento dos seus ideólogos. Por mim, concordo que os comunistas saiam todos daqui, embora, como é evidente, respeite perfeitamente os que ficarem (aliás, nem precisam do meu respeito para nada, é só uma forma de dizer).

  2. Pingback: Álvaro Cunhal, um reformista sério e um honesto contra-revolucionário** | cinco dias

  3. um anarco-ciclista diz:

    “um dos erros que lhe apontei”…
    ahahahahah!

    Tu acusaste um herói da classe trabalhadora e da luta antifascista de delator da Pide!

    Se tivesses um pingo de vergonha e humildade, escondias-te num buraco bem fundo.
    Como não tens, postas este texto demagógico em que continuas a criticar tudo e todos, em que persistes em atirar lama para cima do Cunhal, mesmo quando… o coitadinho do Renato Teixeira “não sabia” os contornos do que falava…

    Como dizia o outro: “és muita bom, sobe a escadaria Renato, mostra como é que se faz”

    • Renato diz:

      A minha humildade levou-me à autocrítica. E, pasme-se, a do teu “herói” também. Deixa lá de falar pela classe trabalhadora, ou de onde eu me devo enfiar, e vai lá publicar a edificante autocrítica: “Aplaudindo a sua actividade cisionista, a PIDE podia não estar interessada na sua detenção. Mas poderia também estar interessada em fazê-lo para efeitos de especulação política e para lhes dar um pouco de “autoridade de revolucionários” na sua luta contra o Partido. De qualquer forma, trata-se de pessoas que não tinham uma situação legal e podiam ser presas pelo nosso inimigo.”

      • um anarco-ciclista diz:

        Herói de muita gente – mesmo para quem não é militante do PC.

        Mas assim chegámos à idolatria de trotskistas (?) por um gajo que passou décadas a dizer que a China é que era e que na Albânia é que se estava bem… Lol.
        O Martins Rodrigues é um verdadeiro monumento à vossa orfandade e indigência política!

        Já agora, “no meio da gritaria”, quem te põs as fontes e factos à frente do nariz foi eu – não preciso desses desonestos recados.
        Passar bem.

        • Renato diz:

          Ora. Faltou o agradecimento por um dos mais magníficos textos que tenho lido. Inaceitável. Aqui fica registado o meu muitíssimo obrigado. Publicas? Isso é que era de Ciclista!

      • miguel cunha diz:

        1. A sua humildade não o levou à autocrítica. A pretensa autocrítica só aparece quando o RT percebe que a sua posição é insustentável (é ver as suas respostas aos comentários feitos ao seu 1.º post onde chama delator ao AC: plenas de arrogância, de falta de humildade, de soberba). Só quando pessoas com maior afinidade com o “pensamento” político do RT lhe fazem ver a enormidade que está a dizer é que lhe dá para a autocrítica.
        2. A sua vesguice e falta de humildade continua neste post quando considera que AC fez uma autocrítica (pois se AC fez uma autocrítica então é porque o RT tinha razão desde o início…). Quando AC escreve que “Por isso, primeiro o Secretariado do CC, depois o Comité Central na sua reunião de Janeiro de 1965, consideraram um erro e infracção da orientação traçada anteriormente a publicação no Avante! do nome desses dois inimigos do Partido”, não só afirma que este procedimento foi feito ao arrepio da orientação do Partido, como nada aqui lhe permite continuar a afirmar que ele contribui para a publicação da notícia do Avante!, ou sequer que esteve ao corrente dela. Aqui não está uma autocrítica; está uma crítica à atuação de um organismo do PCP, tomada contra a orientação do Partido.
        3. O RT continua a insistir num equívoco. O seu post original continha duas partes: uma passível de discussão (o papel do PCP e de AC no 25 de Abril); a outra não admitia discussão: AC foi um delator, ponto. E escrever isto no dia do seu nascimento em plenas comemorações é provocação pura e simples e uma filha da putice inqualificável.

        • Renato diz:

          Veja, ao assumir o erro é o Álvaro Cunhal e o PCP que assumem o erro da delação. Não se pode dizer que foi pelos melhores motivos, mas contra essa evidência lógica, nada a fazer.

  4. NL diz:

    Polémica disparatada. Eu se fosse dirigente do PCP e o Martins Rodrigues andasse a conspirar e a desviar militantes do partido, também o teria denunciado no Avante… e aposto que se as posições se invertessem ele teria feito o mesmo!

    (Decisões superiores não travam processos nenhuns, são parte deles. Que falta de noção marxista.)

  5. Kasky diz:

    Quando fizeres a tua, ao aperceberes-te da superação nesse esforço individual, difícil, demorado e sem garantias, imagina o do colectivo…

  6. Graza diz:

    Depois daquela denúncia canhestra o que gosto mais é do final: “(…) e a todas as pessoas honradas, aqui fica o aviso.”

    • Renato diz:

      Já eu, confesso, ainda estou siderado na autocrítica: “Aplaudindo a sua actividade cisionista, a PIDE podia não estar interessada na sua detenção. Mas poderia também estar interessada em fazê-lo para efeitos de especulação política e para lhes dar um pouco de “autoridade de revolucionários” na sua luta contra o Partido. De qualquer forma, trata-se de pessoas que não tinham uma situação legal e podiam ser presas pelo nosso inimigo.”

  7. Pedro Pinto diz:

    Mas… é o centenário do nascimento do Álvaro Cunhal ou é a comemoração dos 59 anos do “cuidado com eles”?

    Este episódio menor, que não teve qualquer influência na história de Portugal nem sequer na história dos movimento de esquerda, adquire para ti uma importância desmesurada que te ofusca tudo o mais. Como já foi explicado, isto não é delação nenhuma, uma vez que estes indivíduos tinham já estado presos e eram mais que conhecidos pela PIDE. Não é dada nenhuma localização… enfim.

    Continuas a insistir na tese do reformista, ignorando a REVOLUÇÃO realizada no aparelho de estado durante os governos do Vasco Gonçalves: as nacionalizações, a reforma agrária, o controlo operário e por aí fora.

    Se há alguma idolatria é a tua, Renato. A tua idolatria por revolucionários série B, que nunca conseguiram alcançar nada significativo para os povos que pretendiam defender. A tua idolatria que não te permite reconhecer os méritos revolucionários do Álvaro Cunhal e te faz antes desviar o olhar para episódios obscuros e inconsequentes passados no inverno de 1964.

    • Renato diz:

      “que não teve qualquer influência na história de Portugal nem sequer na história dos movimento de esquerda”. A primeira parte da frase é correcta, a segunda não. Mas é bom ver que reconhece, ao menos, que isto é um episódio. Se não lhe parece importante, tem bom caminho, é continuar a relevar.

      • Pedro Pinto diz:

        agora tratamo-nos por você?
        (escusa de ser publicado, uma vez que não é muito relevante)

        • Renato diz:

          Ora. Nunca sei qual Pedro Pinto está a falar. Se quem parece que és, se um outros que às vezes saltita por aqui. Nada de mais. Regra geral, na rede, uso a terceira pessoa. 😉

    • proletkult diz:

      ” ignorando a REVOLUÇÃO realizada no aparelho de estado durante os governos do Vasco Gonçalves: as nacionalizações, a reforma agrária, o controlo operário e por aí fora.”
      Uma revolução não se faz no aparelho de Estado. Isso é uma reforma. Uma revolução é feita para destruir esse aparelho. É feita na rua, nas empresas e nos campos, e disso o PCP fugiu sempre.
      Outra coisa, o “controlo operário”, onde exisitu, foi maioritariamente à revelia do controlo e da vontade do PCP, que dava primazia ao controlo estatal das empresas.

      • Pedro Pinto diz:

        proletkult, permita-me que o camarada Lenine discorde.
        deixo-lhe uma bonita leitura
        http://www.marxists.org/portugues/lenin/1917/08/estadoerevolucao/

      • Pedro Pinto diz:

        “Entre a sociedade capitalista e a sociedade comunista – continua Marx – situa-se o período de transformação revolucionária da primeira para a segunda. A esse período corresponde um outro, de transição política, em que o Estado não pode ser outra coisa senão a ditadura revolucionária do proletariado…” V. I. Lenine, O Estado e a Revolução

        quando se fala em ditadura do proletariado, isso significa a organização do aparelho de estado para defender os interesses do proletariado, ao invés de haver um estado orientado para defender os interesses do capital.
        a sociedade socialista é isso mesmo: a ditadura do proletariado.

        a palavra ditadura não está relacionada neste contexto com mais ou menos repressão das liberdades individuais. existem sistemas capitalistas repressivos da liberdade individual e existem sistemas socialistas em que não existe essa repressão.

        ditadura é entendida neste contexto como uma característica inerente ao próprio conceito de estado. o estado está sempre comprometido com a luta de classes, organizando a violência inerente a essa luta. nesse sentido, todo o estado é ditatorial no sentido em que reprime um dos campos em luta: ou reprime o trabalho ou reprime o capital.

        o comunismo é esse sistema utópico que surge após a derrota completa das forças do capital, no qual o estado se torna obsoleto. para o conseguir, o papel da revolução é tomar conta do estado para que este defenda os interesses do proletariado.
        os anarquistas discordam deste caminho.

        deste modo, as nacionalizações, a reforma agrária, o controlo operário (que sim, foi defendido pelo pcp), a criação de serviços públicos de saúde e educação, a habitação social, todas estas coisas foram actividades revolucionárias.

        este é aliás o objectivo principal da revolução. não é fazer discursos muito inflamados nem andar aos tiros só porque sim. isso são meios para fazer a revolução, mas que podem inclusivamente ser dispensados no caso de as massas populares estarem bem conscientes dos objectivos e bastante mobilizadas.

      • Pedro Pinto diz:

        o pcp fugiu sempre da luta na rua, nas empresas e nos campos???

        epá… não sei se o meu amigo merece o tempo que demora a responder a isto.
        o pcp foi fundado por organizações sindicais, a CGT e a FMP. a actividade do partido esteve sempre intimamente ligada à actividade sindical. mobilizou no 1º de Maio de 1962 uma grande manifestação de rua dos trabalhadores. nos objectivos para a revolução democrática e nacional está inscrita a reforma agrária…

        quem é que tem implementação nos trabalhadores? é a FER?

  8. Bento diz:

    O camarada Renato é “terrivelmente revolucionário”. Ao contrario de Cunhal, o camarada Renato é um revolucionário que nunca cometeu erros. Dirão alguns que não cometeu erros porque nunca fez nada de verdadeiramente revolucionário.
    O camarada Renato é tão ” terrivelmente revolucionário ” que nunca encontrou ninguém tão revolucionário como ele, tão puro e justo que nunca esta satisfeito com a forma como os revolucionários e o seu partido conduzem a coisa.
    O camarada Reenato é tão terrivelmente revolucionário que ninguém na classe operaria, nas organizações de trabalhadores , no movimento revolucionário o conhece. Por vezes isto de ser revolucionário é muito solitário.

    • Renato diz:

      Cometeu pois, e regra geral procura aprender com os erros. Espero conseguir melhor aprendizagem e vir a convencer alguns camaradas que os “inimigos” são outros.

  9. Augusto diz:

    A cisão de Martins Rodrigues , Pulido Valente e outros, para quem não saiba , era o resultado da cisão do Movimento Comunista Internacional que começa com o relatório contra Estaline apresentado no XX Congresso do PCUS,

    O Partido Comunista, como se pode ler por alguns dos seus defensores, ontem como hoje, não gosta de discutir divergência politicas, e por isso serve-se de factos tranversais para fugir ao debate.

    Quanto ao periodo do PREC, haverá sempre 3 leituras, a do PS e da sua direita, a do PCP, e a da Esquerda Revolucionária, e elas serão SEMPRE antagónicas.

  10. Zé Gato diz:

    Mateus 2, versículo 17

    Um dia que o 5dias acabe (espero que não, que comunistas, bloquistas, anarquistas, homens honrados, se mantenham firmes.) que será desta gente?
    Onde vão arranjar um espaço para lançar as suas provocações infantis?
    A melhor forma de homenagear cunhal, é sem duvida estuda-lo. Em tanto estudo que vai desde o JPP ao brito, algum há-de acertar e com o tempo se fazer a história.

  11. Pingback: Cunhal fez xixi nas cuecas da revolução | cinco dias

  12. Gambino diz:

    Desde os tempos da Comuna que as várias facções de esquerda trocam piropos do estilo “doença infantil”, “social-fascismo”, “revisionismo” ou “ desvio”. Só por absurdo é que poderemos equiparar a troca de insultos avulsos a um debate esclarecedor.

    Não é minimamente surpreendente que os comunistas considerem que acusar o seu líder histórico de ser um delator é um limite inaceitável e, consequentemente, decidam abandonar o blogue. É um comentário que se admite de um inimigo, e que passa por ser uma declaração de guerra em que todas as armas são permitidas. É como sugerir na mesa de natal da nossa avó que Jesus Cristo e os 12 Apóstolos eram uma comuna Gay, citando um Catedrático qualquer. A regra número um numa família ou colectivo é perceber que há argumentos que são demasiado insultuosos e, quando invocados, acarretam a dissolução da família ou do colectivo.

  13. Ora diz o Renato “… Álvaro Cunhal, tratado não como um dirigente que deve e merece ser estudado, não para confrontar as suas ideias ou para questionar a actualidade da sua estratégia,…”

    Ou é distraído ou é mentiroso. Centenas de iniciativas durante um ano, onde se procurou precisamente debater e dar a conhecer a milhares e milhares a obra das diversas vertentes que Álvaro cunhal deixou, a realização de centenas de debates, a realização de um congresso de dois dias com homens e mulheres conhecedores e estudiosos da obra do Álvaro, entre tantas e tantas iniciativas na comemoração que ainda dura até ao principio de Janeiro.

    Permita-me perguntar Renato, foi a alguma iniciativa ou também desconhecia que estas se realizavam, viu só o comicio pela TV? Se for esse o caso veja lá que o PCP até fez um site específico para o efeito, também como formar de formar e informar.

    Deixo-lhe o conselho forme-se informando-se aqui http://alvarocunhal.pcp.pt/centenario e pode ser que depois deixe de desinformar por aqui, não acredito muito mas enfim, há que tentar.

  14. Pingback: Umas dicas de interpretação histórica e textual (1) | cinco dias

Os comentários estão fechados.