APELO Irregularidades na Avaliação do Concurso Investigador FCT 2013

Porque não podemos autorizar o retorno da obscuridade à ciência, nem o desemprego, subscrevi este apelo e participarei na reunião plenária.

Apelo a professores do quadro, investigadores empregados e desempregados, bolseiros dos vários níveis

Reunião no dia 9 de Dezembro às 18 horas

Instituto de Ciências Sociais, Sala 3. 

Av. Prof. Aníbal de Bettencourt 9, 1600-189 Lisboa

Contacto: emprego.cientifico@gmail.com

O concurso Investigador FCT 2013 foi pautado pela ausência dos mais elementares direitos democráticos.

A maioria dos candidatos, com currículos de excelência (dezenas da artigos, projectos financiados, vários livros como autor, doutorandos sob orientação, e mesmo coordenadores de linha) foram impedidos de ir a júri internacional por um processo de selecção interna, arbitrário, obscuro, do qual se desconhecem os critérios científicos e, cremos, passível de impugnação judicial.

Mais de 1000 doutorados foram eliminados no Concurso FCT Investigador 2013, num processo que pode configurar para muitos um despedimento de facto e para os que ficam uma sobrecarga horária, com perda de qualidade crescente para as Universidades.

Não aceitamos:

1)    Uma pré-selecção interna que elimina as pessoas impedindo-as de ser avaliadas por um júri internacional, sem que os eliminados saibam quem foi o júri e se o seu currículo os habilita a decidir sobre as suas vidas, se é uma equipa ou quem os eliminou, e quais foram os critérios usados para formar a sua decisão, se que seja até hoje possível contestar a decisão.

2)    Comunicação de resultados sem que os candidatos conheçam o júri, a acta ou ordem de colocação dos candidatos. Nada é público, até agora. Na verdade, a FCT limitou-se a enviar uma mensagem por correio electrónico a estes mais de 1000 doutorados onde lhes comunicava a eliminação do concurso.

3)  A contínua precariedade do trabalho científico, que se reflecte na abertura exígua de vagas em concursos, que:

a) aumenta brutalmente a carga horária sobre os que estão a trabalhar

b) conduz ao desemprego cíclico e a salários cada vez mais baixos

c) à emigração ou à impossibilidade de retorno ao país de uma geração inteira, altamente qualificada, de investigadores.

Apelamos a todos os investigadores, de qualquer área científica ou instituição, que estejam neste momento como bolseiros, desempregados, ou investigadores com contrato, que se juntem a nós numa reunião geral para decidir que medidas tomar face a esta situação.

Este apelo é assinado inicialmente pelos seguintes investigadores. Se deseja juntar-se ao apelo por favor contacte-nos para emprego.cientifico@gmail.com

  • Alexandra Guedes, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
  • Amélia Paula Marinho Reis – Universidade de Aveiro
  • Ana Cabrera, CIMJ – FSCH – Universidade Nova de Lisboa.
  • Ana Delicado, Instituto de Ciências Sociais, UL
  • Ana Margarida Fortes, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
  • Ana Maria P. L. R. Botelho do Rego, Centro de Química-Física Molecular, IST, Universidade de Lisboa
  • Ana Neno, CRIA, CES-UC e UCAM
  • Ana Pamplona, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina de Lisboa
  • André Freire, ISCTE-IUL
  • Andreia de Jesus Amaral Gomes Barbosa Fonseca, BioFIG – Instituto de Medicina Molecular, Universidade de Lisboa
  • Barbara van Asch, IPATIMUP
  • Betina Lopes, Departamento de Educação da Universidade de Aveiro
  • Cathy Besson, Faculdade de Ciências, Iniversidade de Lisboa
  • Céline Veríssimo, Universidade Católica Portuguesa
  • Chiara Pusseti, CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia (FCSH-UNL)
  • Cláudia Pereira, ISCTE-IUL
  • Cristina Luis, Museu Nacional de História Natural e da Ciência
  • Cristina Santinho, CRIA, – ISCTE/IUL
  • Cyril Isnart, CIDEHUS, Universidade de Évora
  • Diana Almeida, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa
  • Elisio Estanque, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
  • Esther Fernandez Nuñez, CIMO – Centro de Investigação de Montanha, Instituto Politécnico de Bragança
  • Filipa Alvim – CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia/ISCTE-IUL Instituto Universitário de Lisboa
  • Filipa Lowndes Vicente, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
  • Florbela Pereira, FCT, Universidade Nova de Lisboa
  • Francesco Vacchiano, ICS, Universidade de Lisboa
  • Francisca Alves Cardoso, CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia (FCSH-UNL)
  • Francisco Curado Teixeira, Centre for Environmental and Marine Studies (CESAM) & Geosciences Dept. Universidade de  Aveiro
  • Francisco Freire, CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia (FCSH-UNL)
  • Iolanda Évora, CEsA/ISEG, Center for African Studies and Development
  • Irene Martins, School of Ocean Sciences, Bangor University, UK
  • Irina Sandu, FCT, Universidade Nova de Lisboa
  • Isabel Mafra, REQUIMTE, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto
  • Isabel Prata, Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde – ICNAS
  • Jamal Lasri, IST, Universidade de Lisboa
  • Joana Santos, ICS, Universidade de Lisboa
  • João de Mancelos, Departamento de Comunicação e Artes, Universidade da Beira Interior
  • João Leal, FCSH, Universidade Nova de Lisboa
  • João Neres, Ecole Polytechnique Federale de Lausanne, Suiça
  • João Romão, CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), FCSH-UNL
  • Joao Sardinha, CEMRI – Universidade Aberta
  • João Seixas, ICS, Universidade de Lisboa
  • Luís Silva, CRIA- Centro em Rede de Investigação em Antropologia (FCSH-UNL)
  • Margarida Vale de Gato, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa
  • María Candela Suárez – CITCEM
  • Maria João Behran, Instituto de Higiene e Medicina Tropical , Universidade Nova de Lisboa
  • Maria João Feio, Instituto do Mar, Universidade de Coimbra
  • Maria Manuel Veloso, Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
  • Mariana Gaio Alves, FCT, Universidade Nova de Lisboa
  • Mário Machaqueiro, CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia (FCSH-UNL)
  • Marta Prista, CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia (FCSH-UNL)
  • Mathias Thaler, Politics and International Relations, University of Edinburgh, UK
  • Marzia Grassi, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
  • Miguel Miranda, Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG)
  • Miguel Vale de Almeida, CRIA, ISCTE-IUL
  • Natacha Mesquita, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Centro de Biologia Ambiental, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
  • Nuno Alexandre Medeiros Silva: CECAV/UTAD
  • Nuno Camarinhas, CEDIS – Faculdade de Direito, Universidade Nova de Lisboa
  • Nuno Onofre, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária
  • Olga Amaral, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
  • Paulo D. Mendes, CRIA-IUL e UTAD
  • Paulo Granjo, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
  • Raquel Rego, SOCIUS-ISEG, Universidade de Lisboa
  • Raquel Varela, Instituto de História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa
  • Raul Bettencourt, IMAR-Açores, Universidade dos Açores
  • Renato Guedes, Centro de Física Teórica e Computacional, Universidade de Lisboa
  • Ricardo Seiça Salgado, CRIA, Universidade Nova de Lisboa
  • Roberto Merrill, CEHUM-Universidade do Minho
  • Romeu Videira, UTAD
  • Rosa Freitas, Departamento de Biologia & CESAM, Universidade de Aveiro
  • Rui Namorado Rosa, Universidade de Évora, e Centro de Geofísica de Évora
  • Rui Quartau – Instituto Português do Mar e da Atmosfera
  • Sérgio Ávila, CIBIO, Universidade dos Açores
  • Sofia Catarino, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária
  • Sofia Marinho, ICS, Universidade Lisboa
  • Sónia Sofia Ferreira, CRIA, Universidade Nova de Lisboa
  • Sónia Ferreira, CRIA, Universidade Nova de Lisboa
  • Sónia Pereira, Universidade de Deusto, Espanha
  • Sónia Santos, Centro de Investigação de Montanha, IPBragança
  • Susana Costa, Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
  • Teresa Barata, Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra
  • Teresa Correia, University College London, UK
  • Teresa N. R. Gonçalves, Unidade de Investigação Educação e Desenvolvimento, FCT/UNL
  • Teresa Seabra, Escola de Sociologia e Políticas Públicas, ISCTE-IUL
  • Vanessa Cunha, ICS, Universidade de Lisboa
  • Vera Assis Fernandes, Museum für Naturkunde-Berlin e UNINOVA, Universidade Nova de Lisboa
  • Veronica Policarpo, FCH, Universidade do Porto
  • Vitor Sergio Ferreira, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
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5 respostas a APELO Irregularidades na Avaliação do Concurso Investigador FCT 2013

  1. JgMenos diz:

    Tudo muito obscuro!
    1.000 douturados candidatos a investigadores afastados + os não sei quantos admitidos + os que investigam = a um total que, detalhado por área científica daria um interessante contributo à claridade da situação.
    Para que alguns descrentes não insinuem que: se não tens mais soluções, investiga!

  2. Pingback: Ciência em Portugal: pôr fim aos lamentos | cinco dias

  3. Andreia Alves diz:

    A FCT acaba de colocar online a distribuição de bolsas por área científica:

    Click to access IF2013ResultadosAposAvaliacao.pdf

    À primeira vista tudo parece normal, contudo uma pesquisa individual pelos nomes dos novos Investigadores-FCT revela que uma esmagadora maioria das bolsas (86) foi para apenas três disciplinas (Medicina, Química e Biologia), o mesmo tendo sucedido no concurso de 2012, com 77 para aquelas disciplinas.

  4. Tânia Antunes diz:

    Mas como sabem esses 1000 investigadores que foram “impedidos de ir a júri internacional”? Neste concurso havia apenas uma fase de avaliação, e portanto apenas uma leva de investigadores seleccionados e uma de não-seleccionados, todos eles sujeitos ao mesmo processo de avaliação. Não?

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