Manifestação em Solidariedade com o Povo Palestiniano a 31 de Julho de 2014 em Madrid.
Palestina Livre !!! Não é guerra, é um Genocídio !!!
Manifestação em Solidariedade com o Povo Palestiniano a 31 de Julho de 2014 em Madrid.
Palestina Livre !!! Não é guerra, é um Genocídio !!!
Os ataques na faixa de Gaza não param e consequentemente o número de mortos já ultrapassou os 1300 do lado palestiniano e cerca de 48 do lado Israelita… De referir também que além da disparidade quantitativa também existe uma brutal disparidade qualitativa. Enquanto que do lado israelita menos de 10% das vítimas mortais são civis (apenas cerca de 4 em 48) do lado palestiniano é o oposto, dos mais de 1300 mortos a maioria são civis (incluindo mais de 240 crianças…). O que se passa na Palestina é inadmissível e se à Palestina não é permitida voz, junta a tua voz amanhã, 1 de Agosto, em Lisboa às 18h no Saldanha seguindo em marcha até à Embaixada de Israel: https://www.facebook.com/events/1506806816200453/
e também amanhã, 1 de Agosto, na cidade do Porto às 16h na rotunda da Boavista: https://www.facebook.com/events/559979124124729/?ref=br_tf
“O Internacional Dockworkers Council (IDC) condena veementemente os ataques de Israel em Gaza, exige o fim imediato da ofensiva militar por parte do exército israelita e a intervenção do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para pôr fim ao conflito.
O uso desproporcionado de força e a intensa intervenção militar lançada a partir do dia 8 de Julho de 2014, pelo governo Israelita, alegadamente em resposta ao disparo de foguetes por parte dos militantes palestinianos do Hamas, serviu de pretexto para a sua ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, tem tido como alvo civis palestinianos, sendo que mais de 200 palestinianos já foram mortos e há mais de 1.400 feridos registados*. Sem sombra de dúvida a população da Faixa de Gaza, sujeita à escassez e à deterioração das condições de vida, é mais uma vez vítima de violência indiscriminada por parte do governo de Israel, com dezenas de milhares de pessoas deslocadas para o norte de Gaza.
A partir do IDC denunciamos a ocupação da Palestina por Israel e as agressões sofridas nas áreas da Cisjordânia, Jerusalém e Gaza. Apelamos para a mobilização da comunidade internacional e para um cessar-fogo que permita negociações de paz abrangentes e justas – incluindo o respeito pelas fronteiras de 1967, a retirada das tropas israelitas dos territórios palestinianos e o fim do bloqueio a Gaza.
Pelo IDC.
Nota: Na próxima sexta-feira, dia 1 de Agosto, está marcado um dia de protesto internacional em defesa da Palestina e pelo fim do massacre em curso na Faixa de Gaza. Mais informações aqui, aqui ou aqui.
* Números registados no início da operação. Hoje, infelizmente, manifestamente ultrapassados.
24 médicos e cientistas do Reino Unido e de Itália denunciam a agressão militar israelita em Gaza, numa carta ao The Lancet, publicada no dia 22 de julho. O texto explica muito bem a situação que se vive na Gaza cercada e bombardeada.
“Somos médicos e cientistas, que passamos a nossa vida a desenvolver meios para cuidar e proteger a saúde e as vidas. Também somos pessoas informadas; ensinamos a ética das nossas profissões, conjuntamente com o conhecimento e a prática. Todos trabalhámos em Gaza e conhecemos há anos a sua situação.
Baseando-nos na nossa ética e prática, denunciamos o que testemunhamos na agressão a Gaza por Israel. Pedimos aos nossos colegas, velhos e jovens profissionais, que denunciem esta agressão israelita. Desafiamos a perversidade de uma propaganda que justifica a criação de uma urgência para mascarar um massacre, uma suposta “agressão defensiva”. Na realidade, trata-se de um ataque implacável de duração, extensão e intensidade ilimitadas. Queremos referir os factos tais como os vemos e as suas implicações nas vidas das pessoas.
Estamos chocados pelo ataque militar a civis em Gaza sob o pretexto de castigar os terroristas. Este é o terceiro ataque militar em grande escala a Gaza desde 2008. De cada vez, o número de mortes confirmadas refere-se principalmente a pessoas inocentes de Gaza, em particular mulheres e crianças, sob o pretexto inaceitável de Israel erradicar os partidos políticos e a resistência à ocupação e ao cerco que impõe.
Esta ação também aterroriza aqueles que não são diretamente atingidos e fere a alma, a mente e a resiliência da geração jovem. A nossa condenação e aversão são agravadas ainda mais pela negação e proibição de Gaza receber ajuda externa e suprimentos para aliviar as terríveis circunstâncias.
O bloqueio a Gaza está mais apertado desde o ano passado e tem um custo mais gravoso para a sua população. Em Gaza, as pessoas sofrem de fome, sede, poluição, escassez de medicamentos, eletricidade e de todos os meios para obter um rendimento, não só por serem alvejadas e bombardeadas. Crise de energia, escassez de gasolina, escassez de água e comida, vazão de esgoto e sempre a diminuição dos recursos são catástrofes provocadas directa e indirectamente pelo cerco.
O povo da faixa de Gaza está a resistir a esta agressão, porque quer uma vida melhor e normal e, mesmo quando chora de tristeza, dor e terror, rejeita uma trégua temporária que não oferece uma oportunidade real de um futuro melhor. Uma voz no meio dos ataques em Gaza é de Um Al Ramlawi que fala por todos em Gaza: “Eles estão a matar-nos a todos, de toda a maneira — ou uma morte lenta pelo cerco, ou uma rápida pelos ataques militares. Nós não temos nada a perder — devemos lutar pelos nossos direitos, ou morrer ao tentar.”
Gaza tem sido cercada por mar e terra desde 2006. Qualquer indivíduo de Gaza, incluindo pescadores, que se aventure além de 3 milhas marítimas da costa de Gaza, arrisca-se a ser baleado pela marinha israelita. Ninguém de Gaza pode sair pelos dois únicos check-points, Erez ou Rafah, sem permissão especial dos israelitas e dos egípcios, o que é difícil de obter para muitos, se não impossível. As pessoas de Gaza não podem ir para o estrangeiro para estudar, trabalhar, visitar famílias ou fazer negócios. Feridos e doentes não podem sair facilmente para obter tratamento especializado fora de Gaza. Foram restringidas as entradas de alimentos e medicamentos em Gaza e muitos produtos essenciais para a sobrevivência foram proibidos.
Antes do presente ataque, os produtos médicos armazenados em Gaza já estavam no nível mais baixo de todos os tempos devido ao cerco. Esgotaram-se agora. Da mesma maneira, Gaza é incapaz de exportar os seus produtos. A agricultura tem sido severamente prejudicada pela imposição de uma zona-tampão, e não podem ser exportados produtos agrícolas devido ao bloqueio. 80% da população de Gaza é dependente das rações de comida da ONU.
Muitos dos edifícios e da infraestrutura de Gaza foram destruídos durante a operação Chumbo Derretido, em 2008-09, e os materiais de construção foram bloqueados, de modo que escolas, casas e instituições não podem ser correctamente reconstruídas.
As fábricas destruídas pelos bombardeamentos raramente foram reconstruídas, acrescentando o desemprego à miséria.
Apesar das condições difíceis, o povo de Gaza e os seus líderes políticos actuaram recentemente para resolver os seus conflitos “sem braços nem danos” através do processo de reconciliação entre as facções, os seus líderes renunciando a títulos e posições, para que um governo de unidade pudesse ser formado, abolindo a política factional que existe desde 2007. Esta reconciliação, embora aceite por muitos na comunidade internacional, foi rejeitada por Israel. O actual ataque israelita cortou esta oportunidade de unidade política entre Gaza e a Cisjordânia e separou uma parte da sociedade palestiniana, destruindo a vida do povo de Gaza. Sob o pretexto de eliminar o terrorismo, Israel está a tentar destruir a crescente unidade palestiniana. Entre outras mentiras, é afirmado que os civis em Gaza são reféns do Hamas, quando a verdade é que a faixa de Gaza está cercada pelos israelitas e egípcios.
Gaza tem sido bombardeada continuamente durante os últimos 14 dias, seguindo-se agora a invasão terrestre por tanques e milhares de tropas israelitas. Mais de 60.000 civis do norte de Gaza foram intimados a deixar as suas casas. Estas pessoas deslocadas internas não têm para onde ir uma vez que o centro e o sul de Gaza estão também sujeitos ao bombardeamento de artilharia pesada. Toda Gaza está a ser atacada. Os únicos abrigos em Gaza são as escolas da Agência da ONU para os refugiados (UNRWA), abrigos incertos já alvejados durante a operação Chumbo Derretido, onde muitas pessoas morreram.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza e o escritório da ONU para a coordenação de assuntos humanitários (OCHA), até 21 de julho 149 dos 558 mortos em Gaza e 1.100 dos 3.504 feridos eram crianças. Os que estão enterrados sob os escombros ainda não estão contados. Enquanto escrevemos, a BBC noticia o bombardeamento de um outro hospital, que atingiu a unidade de cuidados intensivos e salas de cirurgia, com mortes de pacientes e funcionários. Há agora receios relativamente ao principal hospital Al Shifa. Além disso, a maioria das pessoas estão psicologicamente traumatizadas em Gaza. Qualquer pessoa com mais de 6 anos já viveu o seu terceiro ataque militar por parte de Israel.
O massacre em Gaza não poupa ninguém e atinge deficientes e doentes em hospitais, crianças brincando na praia ou em cima do telhado, com uma grande maioria de não-combatentes. Hospitais, clínicas, ambulâncias, mesquitas, escolas e edifícios de imprensa têm sido todos atacados, com milhares de casas particulares bombardeadas, o fogo claramente direcionando para alvejar famílias inteiras e matá-las dentro das suas casas, privando as famílias de suas casas ao mandá-las sair uns minutos antes da destruição. Uma área inteira foi destruída em 20 de julho, deixando milhares de pessoas deslocadas sem tecto, ao lado de centenas de feridos e matando pelo menos 70 — isto é muito além do propósito de encontrar túneis. Nenhum destes são objetivos militares. Estes ataques visam aterrorizar, ferir a alma e o corpo das pessoas e tornar-lhes a vida impossível no futuro, assim como também demolindo as suas casas e proibindo os meios para reconstruir.
É usado armamento conhecido por causar danos a longo prazo na saúde de toda a população; em particular armamento de não fragmentação e bombas de ponta-dura. Vemos armamento de precisão a ser usado indiscriminadamente em crianças e vemos constantemente que as chamadas armas inteligentes falham a precisão, a menos que elas sejam deliberadamente usadas para destruir vidas inocentes.
Denunciamos o mito propagado por Israel de que a agressão é feita com a preocupação de poupar as vidas de civis e o bem-estar das crianças.
O comportamento de Israel insultou a nossa humanidade, a nossa inteligência e dignidade, bem como a nossa ética profissional e os nossos esforços. Até mesmo aqueles de nós que querem ir e ajudar são incapazes de chegar a Gaza devido ao bloqueio.
Esta “agressão defensiva” de duração, extensão e intensidade ilimitadas tem de ser travada.
Além disso, se o uso de gás for confirmado, isto é inequivocamente um crime de guerra, pelo qual, antes de mais nada, sanções graves terão de ser tomadas imediatamente sobre Israel, assim como a ruptura de qualquer comércio e acordos de colaboração com a Europa.
No momento em que escrevemos, são relatados outros massacres e ameaças sobre o pessoal médico nos serviços de urgência e o impedimento da entrada de comboios de ajuda humanitária internacional. Enquanto cientistas e médicos, não podemos ficar em silêncio enquanto este crime contra a humanidade continua. Instamos os leitores a também não ficarem em silêncio. Gaza presa no cerco está a ser morta por uma das maiores e mais sofisticadas máquinas militares modernas. A terra está envenenada por detritos de armas, com consequências para as gerações futuras. Se aqueles de nós capazes de se exprimir não o fazem e não tomam uma atitude contra este crime de guerra, também somos cúmplices da destruição das vidas e das casas de 1,8 milhão de pessoas em Gaza.
Registamos com consternação que apenas 5% dos nossos colegas académicos israelitas assinaram um apelo ao seu governo para parar a operação militar contra Gaza.
Somos tentados a concluir que, à excepção desses 5%, o resto dos académicos israelitas é cúmplice do massacre e da destruição de Gaza. Vemos também a cumplicidade dos nossos países na Europa e América do Norte neste massacre e a impotência mais uma vez das instituições e organizações internacionais para parar este massacre.”
Fonte (e signatários): The Lancet: Leading doctors and scientists denounce Gaza violence http://www.thelancet.com/gaza-letter-2014
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Comité de Solidariedade com a Palestina https://www.facebook.com/ComitePalestina palestinavence.blogs.sapo.pt
Um episódio particularmente surreal passou-se comigo no dia da prova a 22 de Julho em Viseu. Quando um polícia estava a passar a multa (sem qualquer pré-aviso) a um colega nosso por ter no seu carro apitado perto das salas onde se realizava as PACCs, ao tentar, juntamente com mais professores, interceder a favor do nosso colega junto do polícia, a dado momento o polícia vira-se para mim e diz algo como:
– O André sabe que estiveram a fazer barulho à vontade à frente da escola mas buzinar no carro não podem.
Surpreendido pelo facto do polícia saber o meu nome, disse (ainda em tom de brincadeira):
– O sr. agente sabe o meu nome, estou a ver que sabe muita coisa…
Ao que o polícia responde:
– Sei isso e sei muito mais. Sei que não é a primeira vez que veio a Viseu.
Aí respondo já com um semblante mais pesado:
– Desculpe mas é a primeira vez que venho a uma manifestação a Viseu, as outras vezes foi por motivos pessoais…
Nesse momento o polícia (provavelmente percebendo que já teria falado demais) fica completamente atrapalhado e tenta mudar de assunto.
Felizmente várias pessoas estavam ao meu lado nesse momento e puderam ouvir na íntegra esta conversa… Ou seja, é verdade que já vários colegas me tinham avisado (na brincadeira ou não) que eu nos últimos meses (devido à luta dos professores) devia estar “a ser mais vigiado do que o 1º Ministro”… mas uma coisa é suspeitarmos outra é termos a confirmação que estamos a ser vigiados (o meu telemóvel já há uns meses que faz uns barulhos e ecos suspeitos). Torno esta situação pública para que pelo menos o nosso povo comece a saber e a perceber no tipo de sociedade em que já estamos a viver… onde começam a proibir direitos civis elementares (reuniões sindicais dentro das escolas, etc) e vigiam quem luta nomeadamente em defesa da Escola Pública mas a banqueiros e políticos corruptos nunca parecem vigiar, de outra forma não desapareceriam milhares de milhões de euros que tanto faltam na Saúde e Educação Pública…
Perguntam-me se não tenho medo? O meu maior medo é deixar uma sociedade cada vez mais sem direitos para os nossos filhos. E acredito profundamente que se juntarmos forças por nós e pelos nossos filhos nenhuma nova ou velha ditadura vencerá.
UM POR TODOS E TODOS POR UM! A esmagadora maioria dos professores em Portugal actuou assim a 22 de Julho de 2014 na 2ª PACC:
1) Na cidade de Viseu, um colega ao protestar contra a prova apitou com o seu carro no local mais próximo possível das salas onde decorria a PACC e foi logo multado (sem qualquer aviso prévio) pela polícia. Logo de seguida, professores do Movimento Boicote&Cerco fizeram uma proposta de solidariedade e todos os professores que estavam no protesto contribuíram dentro das suas possibilidades para que o colega não tivesse que pagar a multa sozinho (o que foi conseguido e até superado)…
2) Vários professores de Coimbra (já que não houve nenhuma PACC em Coimbra) deslocaram-se 180 Km nos seus carros para juntar forças aos protestos dos nossos colegas de Viseu (a contribuição anterior foi tão generosa que o dinheiro que sobrou do pagamento da multa ainda permitiu pagar as viagens de todos os carros). Há mais exemplos de deslocações semelhantes de colegas um pouco por todo o nosso país;
3) Apesar de todas as intimidações, polícia, ilegalidades graves dos 4 000 professores contratados chamados a esta prova, cerca de 33% não compareceram e muitos dos que compareceram não a realizaram por protesto (o número de provas anuladas e zeros será muito significativo, que o Ministro Crato tenha a coragem de divulga-los) e cerca de 95% dos colegas chamados a vigiar não aceitaram fazê-lo (a 18 de Dezembro e a 22 de Julho). Se continuarmos assim até quando aguenta o Crato?
André Pestana
As verdades que Nuno Crato não diz na televisão:
André Pestana
(membro do Movimento Nacional de Professores Boicote&Cerco: https://www.facebook.com/groups/464249357012999/)
O país mais militarizado do mundo (Israel) continua a atacar e a testar novas armas no território mais densamente povoado do mundo (Faixa de Gaza). Nem as crianças escapam… e os governantes do Mundo “livre”?
http://mirelamonte.tumblr.com/post/91991843448/doctors-spooked-by-israels-mystery-weapon
Nesta intensa batalha contra a PACC naturalmente o Ministro Crato e os seus “agentes” (ex: alguns directores) tentam a todo custo diminuir a nossa luta, nomeadamente desprezando leis/regras (ex: esta marcação repentina da nova PACC) e tentando incutir o medo entre nós (sobrevalorizando as supostas consequências dos professores que, mais uma vez, prometem lutar e boicotar esta prova).
Afinal quais são as reais consequências para os professores contratados com menos de 5 anos que não fizerem a prova?
1) A esmagadora maioria desses colegas (cerca de 97%) já se encontra desempregado. Ou seja, não será a não realização da PACC que os colocará no desemprego. Quem tem colocado esses milhares de colegas no desemprego são estas políticas (des)educativas impulsionadas neste momento pelo Ministro Nuno Crato;
2) Mesmo que a luta seja derrotada (e isso não está garantido como se demonstrou no passado dia 18 de Dezembro) no máximo a real consequência é não poder durante 1 ano candidatar-se na realidade ao… desemprego (se este Ministro e estas políticas não forem derrotadas será uma garantia para ainda mais que 97% dos colegas chamados a realizar a PACC porque a dispensa de professores ainda irá aumentar mais);
3) A nossa consciência/dignidade; porque saberemos que, pelo menos enquanto dura uma intensa luta contra esta ignóbil PACC, lutámos a sério contra esta humilhação (lembram-se das imagens de 18 de Dezembro de colegas a chorar e a sentirem-se completamente humilhados por terem feito a PACC?). É claro que na altura poucos colegas contratados tinham consciência da capacidade de luta que permitiu vencer, contra quase todas as expectativas, no dia 18 de Dezembro. Hoje sabemos que é possível e vale a pena lutar!
Mas também é fundamental lembrar que também há consequências para quem fizer a prova:
1) Estaremos a desrespeitar todo o nosso percurso académico e profissional (todas as avaliações, estágios educacionais, exames, provas, etc) ao longo de vários anos;
2) Desrespeitaremos também todo o esforço/investimento que os nossos familiares fizeram para a nossa longa formação;
3) Estaremos também a reforçar o Ministro Crato e todos os seus ataques à classe docente e à Escola Pública. E isso é que coloca milhares de nós no desemprego (e não a realização ou não duma prova) e paradoxalmente outros de nós sobrecarregados de trabalho nas escolas. No dia 22 de Julho não é apenas a PACC que está em causa… Se todos fizerem a prova, sairá reforçada a política global deste Ministro e isso terá como consequência directa ainda mais desemprego em particular para os colegas contratados com menos de 5 anos (ou seja, o desemprego nos contratados com menos de 5 anos será praticamente de 100%). O que revela que na realidade praticamente 100% desses colegas ficarão no desemprego mais um ano (fazendo ou não fazendo a prova)…
Concluindo, apelamos a que todos os professores e toda a sociedade solidária a participar nesta luta na próxima terça, a partir das 8h à frente das escolas onde está prevista a prova.
Quantos professores a 17 de Dezembro (na véspera da nossa 1ª vitória contra a PACC a 18 de Dezembro) acreditavam na sua força e capacidade de vencer? Agora não podemos mesmo deixar passar esta nova PACC feita em “cima do joelho”, desconsiderando completamente a vida pessoal dos professores (ex: colegas que já tinham compromissos na próxima semana). Não podemos aceitar vigiar outros colegas (há reuniões sindicais marcadas nas escolas por isso todos têm a falta justificada, os sindicalizados e não sindicalizados, ao abrigo da lei sindical, ou seja nem sequer nos descontarão no vencimento como aconteceria se fosse greve) e não podemos também realizar esta prova que nos pretende humilhar a todos (hoje os contratados depois todos os professores). Todos os colegas têm que se juntar a esta luta, incluindo os que já realizaram a prova em Dezembro e se sentiram espezinhados… os que estão já estão de férias porque certamente haverá uma escola em luta por perto (ex: no Algarve) onde se pode juntar. Um Ministro que nos desconsidera (e nos tenta dividir) reiteradamente merece uma união sem precedentes.
Acredita colega (contratado com mais ou menos de 5 anos, que fez ou não fez a PACC, do quadro, aposentado,etc), não estás sozinho e és fundamental para a vitória nesta próxima batalha. Se esta PACC passar agora, depois tentarão impor uma prova a TODOS os professores (incluindo os do quadro) e depois será muito mais difícil ganhar… Agora é momento do tudo ou nada porque se vencermos novamente o Crato já não terá outra data possível neste ano lectivo. Sozinhos e desunidos somos fracos mas juntos somos invencíveis: UM POR TODOS E TODOS POR UM! https://www.youtube.com/watch?v=KRbnDG2DiJg
André Pestana
Professor contratado com mais de 5 anos de serviço (mas que nunca se inscreveu na prova) e que continua desempregado por causa destas políticas (apesar de ter concorrido).
p.s. Mais informações importantes (reuniões de preparação do Boicote&Cerco por todo o país e escolas onde faremos os protestos, etc): https://www.facebook.com/groups/464249357012999/
Este governo, através do seu Ministério da Educação liderado pelo Ministro Nuno Crato, pretende fechar mais 311 escolas do 1º ciclo do ensino básico (primárias) supostamente escolas com menos de 21 alunos (sobretudo no distrito de Viseu). Alega a necessidade de integrar essas crianças “em centros escolares ou outros estabelecimentos de ensino com melhores condições”… No entanto para quem tanto valoriza os chamados “rankings escolares”, isso não é muito coerente quando se sabe que algumas destas escolas primárias encontram-se no topo das melhores escolas primárias… Em abono da verdade esta política já existe há vários anos (e governos) e só desde 2002 fecharam mais de 6500 escolas primárias, o que dá uma impressionante média anual de 540 escolas encerradas*.
Segundo o governo as vantagens para as crianças são muitas, por exemplo:
– “reduzir riscos de abandono e insucesso escolar”;
– “proporcionar oportunidades de aprendizagem conjunta, trabalho de grupo, convívio social e troca de experiências tanto a alunos como professores”;
– “erradicar situações de isolamento”.
Obrigar crianças dos 5 aos 10 anos a se levantarem de madrugada para apanhar autocarro e depois chegar a casa ao final da tarde é que vai reduzir o risco de abandono ou insucesso escolar? Imaginemos essa situação particularmente durante o outono-inverno… Que “convívio social” ou “troca de experiências” proveitosas terão estas crianças sujeitas a estas condições diárias contrastando com as outras crianças que moram “ao lado” desses centros escolares e que não têm que perder tempo nem energia para se deslocar para a mesma escola? E como se “erradica situações de isolamento” destas crianças quando estas (e as suas populações) ficarão provavelmente ainda mais isoladas sem a sua escola?
Certamente que cada caso é um caso e até é possível que existam escolas que não têm efectivamente as condições mínimas e assim os próprios pais não quererão os seus filhos nessa situação (ou defenderão legitimamente obras nessas escolas). Mas se o governo está de “boa vontade” porque não permitiu que esta decisão fosse concertada, ao longo deste ano lectivo, com as populações? Com reuniões onde se discutiria os “prós e contras” (mas sem a Fátima Campos Ferreira e com real direito à participação de todos). Se esta medida é tão positiva para as crianças, qual o receio do governo em discutir e decidir conjuntamente com as populações?
E porque não aproveitar muitas destas Escolas primárias (algumas que tiveram obras recentemente) para alfabetizar os muitos adultos que infelizmente ainda não sabem ler ou são analfabetos funcionais?
Custaria dinheiro? Sim, mas provavelmente não tanto como a construção de 3 autoestradas entre Lisboa e Porto (que é um escândalo particularmente num país com a nossa dimensão e a nossa dependência em combustíveis fósseis). Ou não tanto como o “buraco” do BPN que continua a aumentar e estará entre os 5 000 a 7 000 milhões de euros ou eventualmente o futuro buraco do BES… Ou por exemplo, quantas pessoas libertaríamos do analfabetismo com os 14 milhões de euros cedidos aos colégios privados?
Investir na Educação (além de gerar emprego), potencia a todos os níveis o desenvolvimento humano e a capacidade de pensar e questionar… Talvez também por isso, este governo é tão acérrimo destruidor de uma Escola Pública de qualidade para todos.
André Pestana (professor desempregado).
*Curiosamente o presente ano lectivo 2013/2014 foi o único em que não se encerrou nenhuma escola… será porque o Ministro Crato sensatamente não quis, além da luta contra a chamada Prova de avaliação (PACC) em que foi derrotado, juntar duas frentes de batalhas ao mesmo tempo?