Governo que se demita após as eleições europeias (se for essa a vontade popular)

Rangel

“Queremos mesmo voltar a 2011? Esta é a verdadeira pergunta nestas eleições…”

Assim terminou a entrevista na RTP2, de dia 23 Maio, ao cabeça de lista (Paulo Rangel) da candidatura do governo (PSD-CDS) a estas eleições europeias…

Concluindo, para esta candidatura é essa a mais importante questão… não questionar que União Europeia é esta que:
1) Ao mesmo tempo que temos cada mais famílias com dificuldades em alimentar as suas crianças, a riqueza dos mais ricos na Europa aumenta;
2) Ao mesmo tempo que a miséria, desespero e a taxa de suicídio aumenta, o BCE empresta dinheiro a banqueiros a cerca de 1% para que estes possam posteriormente emprestar aos Estados euroopeus (ex: Portugal e Grécia) a juros claramente superiores (4%, 5% ou mais). Desta forma parasitária é fácil ganhar muitos milhões à custa do emprego e salários dos trabalhadores europeus;
3) Prepara um acordo comercial com os EUA, que essencialmente favorece os grandes grupos económicos em prejuízo dos direitos laborais e do meio ambiente;
4) Promove Vitor Constâncio a Vice-presidente do BCE, depois deste admitir a sua ingenuidade no caso BPN que custou entre 5 mil a 7 mil milhões de euros ao Estado Português…
5) Ao mesmo tempo que esta União Europeia concorda com o envio de tropas para países africanos, recebem as riquezas desse continente, apoia ditaduras (ex: angolana) mas as populações que legitimamente tentam fugir da fome e da repressão, procurando trabalho na Europa são tratados como criminosos e considerados ilegais…

O PSD-CDS e PS são fiéis representantes das políticas europeias e nacionais que levaram a este percurso na chamada União Europeia. Não contem comigo para reforçar estes partidos e estas políticas destes últimos anos.

p.s. Para quem acredita que como o Paulo Rangel, a questão principal nestas eleições é saber se o povo quer voltar a 2011, no mínimo exige-se o governo seja coerente com a afirmação do seu cabeça de lista; e se tiver bem menos que 50% dos votos expressos, que se demita pois terá que ser consequente com essa vontade popular…

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4 respostas a Governo que se demita após as eleições europeias (se for essa a vontade popular)

  1. Vanessa diz:

    Nunca nenhum governo se demitiu por perder eleições Europeias, e este também não o vai fazer. Enquanto tiver a maioria dos deputados na Assembleia da Republica vai-se agarrar ao pote com unhas e dentes.

    Para o fazer cair , será preciso muito mais, do que uma derrota nas Europeias.

    • pestanandre diz:

      Cara Vanessa, concordo totalmente que “será preciso muito mais do que uma derrota nas Europeias”… só escrevi que se o “senhor Rangel” fosse coerente com o que disse sobre o que estava em causa nestas eleições, deveria pedir a demissão com uma forte derrota eleitoral.

  2. Joao Pereira diz:

    Deixo aqui para reflexão:

    “Desde 2008 que os socialistas europeus esperaram em vão amealhar à conta de uma crise do capitalismo. O que os eleitores lhes disseram, em vez disso, foi que uma crise do capitalismo, da economia de mercado – da liberdade, em suma – se cura com capitalismo melhor, mais mercado na economia e a preservação da liberdade. Espanha, Irlanda, Alemanha, e a maioria dos países de Leste (mais lembrados dessa face totalitária do socialismo que ainda encanta 10% de portugueses) fortaleceram a vitória conservadora na Europa.”

    • pestanandre diz:

      Caro João Pereira, tenho muitas dúvidas com a sua análise. Por exemplo, refere “Espanha” como um dos locais onde supostamente fortaleceu-se “a vitória conservadora na Europa”… No entanto o PP espanhol (conservador) apesar de ter ficado em 1º lugar, teve uma vitória de Pirro, na medida em que perdeu mais de 2,5 milhões de votos (comparando com as últimas eleições europeias). E houve um novo fenómeno à esquerda designado “PODEMOS” que teve mais de 1 milhão de votos e a IU (Izquerda unida) cresceu também cerca de 1 milhão de votos… Pelo menos no Estado Espanhol não me parece correcto interpretar que o conservadorismo fortaleceu-se ou estarei equivocado?

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