A crise na Ucrânia continua… para perceber melhor o que aí se está a passar vale a pena relembrar que dia 24 de Março de 1999 a NATO iniciou o bombardeamento da Jugoslávia… Foi a “operação força aliada“, nos EUA chamada “Noble Anvil”… Cerca de 500 civis Jugoslavos e muita da infra-estrutura do país foi destruída. Mas enfim… o que é isto comparado com as terríveis, horríveis e inenarráveis atrocidades cometidas por “Putin, o Terrível” na Crimeia?
“O peso das cadeias” é um extraordinário documentário ao estilo “Michael Moore” sobre a dissolução da Jugoslávia e as guerras subsequentes, recheado de informação e mais actual do que nunca…
O acto seminal de uma série de crimes contra a Humanidade levados a cabo por essa confederação de interesses filantrópicos que é a NATO… E já lá estava tudo: o poder demoníaco de um “regime” fora-da-lei; a vilanização do outro; a intervenção contra um suposto massacre de inocentes… Pois… O “regime”, na altura, era o de Milosevic ( o tal que morreu na prisão, enquanto o revisionista Franjo Tudjman, o “pupilo” de Ante Pavelic, morreu em paz na sua caminha e em liberdade), os vilões eram os celerados dos Sérvios e os inocentes massacrados eram os coitadinhos dos Albaneses do Kosovo. É claro que todos sabemos hoje (todos somos profetas “post factum”, mesmo aqueles que, à data, se recusavam a ver a evidência…) que a coisa não foi, nem de longe nem de perto, assim. Houve, realmente, uma limpeza étnica no Kosovo, mas essa deu-se no pós-independência do território e quem a fez foram os Albaneses sobre os Sérvios e a Etnia Cigana do território. Todos sabemos hoje o que é o Kosovo: um país que é uma anedota sangrenta, um entreposto de rotação de todos os tráficos: das armas à droga, das pessoas aos órgãos das mesmas, tudo tem o seu comprador desde que o dinheiro apareça. Mas não nos atormentemos: segundo os altos parâmetros democráticos dos EUA e da UE (vulgo NATO), o caso do Kosovo é um caso de claríssimo êxito naquilo que à constatação dos belíssimos resultados das sábias teorias do “nation building” diz respeito.
Vivo num país que pertence à NATO e vejo, neste preciso momento, na televisão que tenho diante de mim, os rostos de crianças sérvias, os rostos de vidas prematuramente ceifadas pelas bombas ( 14.000!) que cobardemente essa criminosa organização despejou sobre a Sérvia. Outros rostos, outras vidas prematuramente ceifadas pela mesma NATO se lhes juntam na minha memória: os rostos de crianças afegãs, iraquianas, líbias, sírias… A única coisa que eu lhes poderei dizer (e sei que não me ouvirão, sei que jamais me ouvirão) é um sentido “Não foi em meu nome: a minha consciência não se manchou com o vosso sangue ao apoiar os vossos assassinos”.
Mais aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7_mDCTQ_jtg (viewer discretion is advised).
E é por isso que escrevi, em comentário ao postal do António Paço, que com essa gente não se debate. Não se debate com gente que, conscientemente, mascara a realidade e dá cobertura à barbárie imperialista.
Não há nada de novo, nada de estranho. É o império a trabalhar para a sua expansão. No passado financiaram epígonos do movimento ustasha, e os “mujahedin”. Hoje é a mesma merda. Metem os nazis em Kiev e armas nas mãos dos takfiris.
Um abraço
Outro para si, caro Argala.
Criaram a desordem e o caos para depois destruirem a seu belo prazer em nome dos direitos humanos.
Diana Johnstone em “Cruzada de Cegos” retrada esse trama do que foi a agressão à Jugoslávia.
Tenho um amigo Sérvio que estudou com um filho de Milosevic que me contava repetidamente cheio de tremores o que sentiu quando junto com a população de Belgrado se colocou sobre uma ponte para a proteger dos bombardeamentos da NATO. Pietr (Pera) o nome dele, quando foi à Sérvia trouxe-me uma camisola com a foto de Karodzic escrito por baixo ” Herói da Sérvia”. Costumo andar por aí com ela.
Destruiram o país e depois pagaram a arruaceiros para afastar um presidente democraticamente eleito por o povo.
Por fim prenderam o homem mantendo-o cativo sem apresentar qualquer acusação. Acabaram por assassiná-lo na prisão.
Estes criminosos um dia terão que pagar por os crimes bárbaros que cometeram.
Jamais pode haver perdão para esta canalha.
Na Ucrânia tentaram repetir este episódio na medida em que negociaram sempre de má fé, tinham consciência que o que estavam a assinar não era para cumprir, tinha outro alcance.
O objetivo deles era fazer Yanukovich ir cedendo de passo a passo, para finalmente afastá-lo, (como aconteceu) prendendo-o e de seguida apresentá-lo no tribunal de Haia como um troféu conquistado. Humilhavam-no a ele e a Putin.
Aquele drama que provocaram na Kraína, numa semana escorraçaram mais de
500 000 Sérvios dessa região :
Prenderam, perseguiram e afastaram a maioria dos militares Sérvios.
A farsa de queimarem pneus na fortaleza medieval de Drubovnik para acusarem as forças Sérvias que a estavam a bombardear.
As granadas caídas no mercado de Saraevo, soubesse logo que tinham sido disparadas do setor muçulmano, depois mostraram fotos de corpos decapitados culpando os Sérvios.
Nos bombardeamntos criminosos da NATO em 1999 nem as fabricas de alfaias agricolas e de electrodomesticos pouparam.
E o mais grave de tudo ainda foi o Vaticano ter alinhado no complot .
O Vaticano, meu caro Carlos Carapeto, melhor dizendo, o seu banco, financiou gostosamente os neo-ustachas croatas. O Vaticano e a explêndida Alemanha financiaram e armaram fartamente os ladinos rapazes do Tudjman. Já se sabe: os velhos amores são aqueles que mais perduram na memória…
Tantos humanitários e ninguém chora os milhares de Kosovares e Albaneses mortos e enterrados em valas comuns …. espectacular.
Estava distraído o João Pereira. Viu o documentário?
Tem de mandar essa reclamação à NATO, sff!
Enquanto houve Jugoslávia, não houve massacres. Sempre que a Alamenha meteu a pata (1941-1945 ou década de 90), foi o que se sabe…
O senhor há-de dizer-nos onde estão esses milhares de Kosovares e de Albaneses enterrados. Melhor: o senhor há-de dizê-lo ao Tribunal Internacional de Haia. Far-lhe-ia um grande favor, pois, até agora, esse órgão internacional, coitadinho, no Kosovo nada encontrou. E compreende-se: se procurasse com afinco, talvez achasse, mas talvez achasse aquilo que não lhe interessa achar… Essas valas comuns devem ser da mesma casta daquelas que existiam na Líbia: uma vez atingidos os objectivos da suja propaganda, evaporam-se no ar, e dos propalados, tão instrumentais e tão chorados ossinhos mais ninguém houve falar. Essa mentira mediática é real, já os 500 mortos sérvios, vitimados pelos 77 dias de bombardeamentos da NATO a zonas residenciais, meios de transporte, hospitais, fábricas e estações de rádio e de televisão, esses nunca existiram.
“Ouve”. Sem o intrometido e incorrecto H.
Só uma adenda à questão: já ouviu falar, nos nossos queridos “media”, de Tawargha? Não? Dou-lhe umas dicas: é uma cidade que fica na Líbia e que, até ao humanitário bombardeamento da NATO e à posterior libertação do país das garras do pérfido Coronel do Livro Verde, era povoada por 40.000 indivíduos, na sua esmagadora maioria Líbios de pele negra. Agora, está deserta. Mistério…!
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/05/100510_kosovo_massgraves_mv.shtml
Imbondeiro,
Nunca utilizei o calão nem fui indelicado neste forum, mas fanáticos como o senhor enojam-me. Foram encontradas dezenas de valas comuns desde o fim do conflito. Pobre alma … é tão fanático que vira ignóbil.
Já agora dê referências… é que por mais “fanáticos que sejam” a verdade é que documentamos o que dizemos. Por exemplo o genocídio racista feito em Tawergha na Líbia pela NATO e seus amigos está bem documentado. Já voçê diga-me onde é que estão essas dezenas de valas comuns no Kosovo. Que não sejam notícias de propaganda estilo “fox news” estou a falar de relatórios de organismos internacionais.
Excelentíssimo joão Pereira:
Vou directo ao assunto – o senhor não tem autoridade nenhuma para se enojar seja com o que for, caso contrário deixava de aqui escrever esses enxurros de cloaca de uma mente sociopata com que nos brinda recorrentemente. Quem quer discutir arranja argumentos; quem os não consegue arranjar, ao invés de pensar que o insulto é seu substituto, melhor é que fique calado, pois, caso contrário, dará de si a triste imagem que o senhor acabou de dar: a de um pobre e mentecapto boçal. Mais: vá Vossa Excelência ler e ouvir umas coisitas que não sejam aquelas reportagens excrementais “made in” Fox News, CNN, Sky News ou Al Jazeera, aprenda alguma coisa e, depois, venha brincar com os (mental, politica e culturalmente) crescidos. Concluíndo ( eu, ao contrário do senhor, não tenho problema nenhum em aplicar correctamente a correcta e dura palavra a quem mais não merece do que isso): vá o senhor chamar “ignóbil” ao seu paizinho ou a quem sempre por tal se tomou, porquanto o senhor não me conhece de lado nenhum e não me consta que eu lhe tenha feito agravo pessoal algum para que me dirija o palavreado com que o senhor trata habitualmente os da sua confiança. Entendido?
Quanto ao Kosovo, vamos a factos: o Kosovo sempre pertenceu ao património territorial da Sérvia. Mais, não só sempre pertenceu à sua geografia, como também, e principalmente, sempre foi património constitutivo da essência histórica e cultural e política da Sérvia: foi aí, em Kosovo Polje ( o “Campo dos Melros”), que a entidade política independente que era a Sérvia perdeu (na Idade Média) a sua última batalha contra os Turcos e, com ela, a sua independência. Foram os Turcos os primeiros a favorecer a então minoritária população albanesa do Kosovo, que era (e é) muçulmana, em detrimento da muitíssimo mais numerosa população sérvia, que era cristã ortodoxa. Com a recuperada independência Sérvia, a situação alterou-se, para logo se subverter novamente, quando, já na Segunda Guerra Mundial, os ocupantes fascistas Italianos favoreceram a minoria albanesa do Kosovo, permintindo-lhe o massacre dos Sérvios e a ocupação das suas terras, o que levou à fuga em massa da população sérvia. Já no tempo da Jugoslávia de Tito, a prévia debilitação da população sérvia, os diferentes crescimentos demográficos das duas comunidades, bem como o sibilino apoio à comunidade albanesa dado pela Albânia de Enver Hoxa, desequilibraram decididamente os pratos da balança populacional: os Albaneses passaram a ser maioritários. Trocando a coisa por miúdos, e transplantando a coisa aqui para o rincão, é como se no período de 1580/1640 se tivesse estabelecido ali na região de Guimarães uma pequena comunidade castelhana que, já nos nossos dias e grandemente aumentada ao longo dos séculos, reclamasse o chão seminal de Portugal como… primeva e multissecular pátria inalienável de… espanhóis. Mas isso é absurdo não é? Já tal ter acontecido no Kosovo é… normalíssimo.
Só um completo alienado pode hoje crer nas histórias amplamente propaladas pelos “media” ocidentais de limpeza étnica dos albaneses do Kosovo, pois o que se passou foi exactamente o contrário: essa seita terrorista que é o UCK, expulsou, torturou e massacrou não só quantos Sérvios pôde expulsar, torturar e massacrar, como também o fez à comunidade de etnia Cigana que vivia no território. Os “libertadores” albaneses do UCK queimaram as quintas, as casas e os conventos dos Sérvios, massacrando todos aqueles que se recusaram a abandonar as terras que eles desejavam “livres de Sérvios”.
O que é hoje o Kosovo? É aquilo que está à vista de todos: um Estado mafioso, um palco de todos os crimes e tráficos que se possam imaginar feitos sob a protecção amiga da guarda pretoriana da NATO.
Tudo aquilo que aqui resumidamente escrevi, escrevi-o de memória escorando-me naquilo que, ao longo dos anos, fui lendo sobre o assunto. É que eu, ao contrário do senhor, prezo muito uma muito pessoal máxima: só falar daquilo que minimamente conheço.
Para que não diga sandices sobre sobre coisas que nem pela rama conhece, deixo-lhe aqui a referência, citando-a de memória, de um livro excelente: “Da Jugoslávia à Jugoslávia”, de Carlos Santos Pereira, Editorial Gradiva (não me recordo da data da última edição). Compulse o livrinho, aprenda alguma coisita e… passe o senhor muito bem.
A editora do livro é, lembro-me agora, a Cotovia. Perdão pelo lamentável lapso.
Li esse livro do Santos Pereira bastantes vezes. Assim como as resportagens de fez a partir da Jugoslávia. E da Diana Johnston “Cruzada de Cegos” sobre o mesmo assunto “Jugoslávia”.
Também fui à base Americana proximo de Cadiz participar numa ação de protesto contra os bombardeamentos da NATO.
João Pereira os principais e unicos responsáveis por a tragédia da Jugoslávia foram aqueles que fomentaram de forma criminosa o seu desmembramento.
Por acaso sabe que a Alemanha quando foi decidido o embargo de armas por parte da ONU introduziu tanques (e outras armas) da RDA através da Hungria na Croácia?
E sabe porquê? Porque essas armas eram identicas às usadas por o exercito Jugoslavo, portanto não havia problema porque quando começaram a ser usadas por os Croatas, só podiam ser armas “capturadas” ao exerciro Jugoslavo.
E ainda não se interrogou porque razão só os Servios é que praticaram crimes de guerra? Será que os outros eram todos os anjinhos e as armas que usavam só disparam flores?
Pense nisso depois diga a conclusão chegou. Agradeço.
O caro Francisco perdoar-me-á, mas não consigo resistir, e, completamente fora de colecção, aqui vai: então, despacharam o ex-mercenário tchecheno lá em Kiev? E não é que o falecido neo-nazi tinha a sua costelinha de Nostradamus? Não é que o activíssimo membro do Pravy Sektor tinha prognosticado, há um nadinha de tempo, que o despachariam para as grandes pradarias das caçadas aos co.. co… comu… comunistas, o mais rapidamente que pudessem? O bom do neo-nazi, à força de ler e reler o “Mein Kampf” do tio Adolfo, esqueceu-se de compulsar os sempre proveitosos clássicos latinos… Tivesse ele feito tais leituras e nelas veria plasmada a máxima que lhe teria mantido o svobodiano coiro menos esburacado: “Roma não paga a traidores”. Ou, dito de outra forma, os trabalhadores braçais são sempre bem vindos onde haja cheiro a suor, pó e muitas moscas ( e o esterco que elas adoram); já os cetins da mesa-de-jantar da casa grande são coisa para o bico de outra muito mais exclusiva gente…
é uma espécie de “noite das facas longas” redux (no mesmo dia o ministro de defesa do Svoboda tb se demitiu)… Mas veremos como os Nazis respondem a isso (ontem ouve uma tentativa de tomarem o parlamento em Kiev ehehehe) e como a população em geral responde às medidas de saque e tortura do FMI.
Os EUA e a UE pensavam que se deitariam com víboras e, no morno e promissor alvorecer do dia seguinte, despertariam de magnífica saúde, cheirosos que nem querubins e rodeados da fofa e quentinha lã de alvos cordeirinhos. Chiça, se a estupidez fosse pão, não haveria um único faminto neste Mundo! Quem se deve estar a rir que nem um perdido é o Putin: a Ucrânia retornou à Rússia; a Federação Russa manteve a base naval de Sebastopol (com o bónus de agora não desembolsar um rublo que seja por ela…); humilhou publicamente os EUA e a UE (vulgo NATO) ao mostrar que, face a uma grande potência, acabam-se-lhes as valentias; pôs a nu os interesses económicos divergentes dos EUA e dessa Europa que é um simpático eufemismo para Alemanha (a Volkswaggen já afirmou que, com ela, sanções “não, obrigado!”); paga para ver como é que os USA/UE (=NATO) se vão conseguir livrar dessa autêntica camada de sarna que dá pelo nome de Ucrânia; fez de Obama uma figura tão patética que até dá dó. De uma assentada, e como entrada, não está nada mau para quem era visto como um campónio pelas grandes chancelarias ocidentais… Mas não devemos estranhar a vetusta tradição da vesga leitura da realidade do Leste: já o cabo austríaco pensava arrasar a URSS como quem assoava o nariz, pois os eslavos eram uns campónios que não sabiam combater… Pois…
Se o Obama aprendesse alguma coisa com o (seu) passado (já que do passado dos outros, à boa maneira dos Governos dos EUA, nada sabe), à cautela, esperava um bocadinho até mandar embaixador e cônsules para o novo protectorado de Kiev: olha o que aconteceu à embaixada lá em Benghazi. E aquela boa e mui democrática maltosa de Kiev tem cá uma destas paixões por deitar fogo a edifícios…
“A Crimeia retornou à Rússia”. Assim é que é (antes que alguma boa alma altamente respeitadora da “legalidade internacional” -LOL!!!- me acuse de ser um acérrimo apoiante do “criminoso imperialismo” de Vladimir Putin…).
Não têm que ensinar aos trabalhadores e aos comunistas quem é Putin.
Uma coisa é certa. As vitórias de Putin contra o imperilismo pouco ou nada melhoram as condições de vida do povo Russo. E nós absolutamente nada.
Mas já as derrotas do imperialismo nos trazem muitas esperanças para o futuro.
Chamar documentário a propaganda é estranho. A ignorância de o aceitar como tal nem tanto.