Numa pequena achega ao excelente texto do Luís Bernardo que antecede este “post”, eu acrescentaria apenas que é chegado o momento de começarmos a estudar a estratégia de institucionalização dos nossos liberalóides de serviço, começando por detectar as redes institucionais onde eles se inserem, as suas ligações aos partidos no poder bem como à blogosfera e à fabricação da opinião dominante pelos meios de comunicação social. Há aqui todo um programa hegemónico (olá Gramsci) de conquista do espaço público, de transferência de certos meios académicos para organismos do Estado com enorme influência no desenho das políticas públicas. Não tenhamos dúvidas de que aquilo que estamos agora a assistir em matéria de destruição do ensino superior e da investigação científica em Portugal, mormente da que transporta consigo a construção de um pensamento crítico, assenta essencialmente nesta impregnação das instituições do Estado central por indivíduos que medram em determinados espaços académicos e que, mercê de inconfessadas cumplicidades, conseguem ocupar nichos de poder em órgãos governamentais ou muito próximos do governo. Identificá-los e identificar as tácticas de cooptação que fornecem poleiro a estas aves trepadoras não significa incorrer em teorias da conspiração. Significa, tão-só, perceber como actua o inimigo, de que armas dispõe para nos tramar e que instrumentos de resistência e de combate podemos desenvolver para abatê-los – antes que eles consigam fazer ainda pior a nós todos e a este país. É disto que se trata e escusamos de estar com meias-cantigas.
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Caro Mário Machaqueiro, Confesso que me perco sempre que navego na página da FCT, mas gostava de pôr uma questão que tem a ver com este assunto.
Como é que na página da FCT se verifica a quantas avaliações externas foi submetido cada centro de investigação, em que anos e quais os seus resultados?
Caro Antónimo,
Diz muito bem ao referir que se perde quando navega na página da FCT. O mesmo me sucede, tendo em conta que aquilo é a coisinha menos “user friendly” que conheço. Quanto à sua pergunta, não faço ideia como se pode (se é que se pode) verificar esse número de avaliações externas dos centros e os seus resultados através do site da FCT. Suponho que essa informação seja pública, mas ignoro como se chega a ela. Pode ser que algum comentador deste “post” nos ajude.
Não sei se faltam avaliações intercalares, mas podes encontrar os resultados e painéis na área pública da FCT aqui:
http://www.fct.pt/apoios/unidades/avaliacoes/
O site da FCT é de tal forma caótico que já cheguei a fazer buscas no Google para encontrar coisas que no site parecem propositadamente escondidas. E isto para não falar da linguagem ambígua de tudo o que é protocolo de verificação.
Exactamente, Gambino. Já tive a mesma experiência: tive de pesquisar no Google informações que estão no site da FCT, mas que não consigo encontrar lá quando tento navegar naquele magma confuso.
«…fazer ainda pior a nós todos…»
Aí é que bate o ponto!
A esquerda instalou-se, monopolizou e estiolou. Algo parece estar a mudar….
A esquerda monopolizou? O quê?
É bom ver posts diretos e claros como este, em que se percebe que os homólogos da outra parte do espectro ideológico são “o inimigo” que vos querem tramar. São uma ameaça aos blogueiros da extrema-esquerda e à vossa tentativa de hegemonia ideológica de pôr os bons à esquerda e os maus à direita.
Não seja célere a classificar o que (e quem) não conhece. Se eu sou da “extrema-esquerda” você será do quê? Da extrema-direita? É engraçado vê-lo reduzir aquilo que eu disse a esse binómio. Poderia explicar-lhe por que é redutor, pelo menos no tocante a este meu “post”, mas não me apetece.
Por outro lado, isto também não é uma questão de “blogueiros”. Ou será que você não conhece outro mundo para além da pequenina blogosfera?
Enquanto se vai estudando a estratégia de institucionalização do neo-liberalismo, também se deve ter estratégias de o combater. Temos algo a nosso favor que é as pessoas o rejeitarem.