Nos últimos tempos tenho vindo a ser contactado por vários arquitectos para saber se estou envolvido ou se tenho conhecimento de alguma candidatura à Ordem dos Arquitectos que possa servir os arquitectos. A minha resposta tem sido sempre negativa.
O manifesto desinteresse (e, tantas vezes, ódio) da maioria dos arquitectos para com a sua organização profissional prende-se, em primeiro lugar, com o facto da maior parte dos seus problemas serem comuns aos da maioria dos cidadãos.
Ainda que a Ordem dos Arquitectos devesse ser uma expressão activa do combate de cidadania que é preciso fazer contra a troika e os seus governos – que não se concretizará sempre que as direcções da OA plasmarem os equilíbrios partidários do bloco central – há neste momento outras organizações e activismos prioritários e em que se vê cada vez mais arquitectos envolvidos. Por outro lado, a práxis de uma minoria dos seus dirigentes que acumula a maioria do poder, tem vindo a transformar a única organização profissional que reúne os arquitectos, numa instituição cada vez mais desinteressante para quem tem (ou quer ter) uma atitude transformadora.
Como é possível a OA continuar a assobiar para o lado perante o inenarrável processo da Parque Escolar? Como é possível não haver uma palavra sobre o direito à habitação, a privatização da água ou a lei das rendas? Como é possível nada dizer quando, com uma alteração do Código de Contratação Público, se retirou a obrigação de realizar concursos públicos para 80% dos projectos públicos?
Nestes últimos seis anos temos visto uma OA parada e ausente dos grandes debates públicos que interessam e particularmente empenhada em dar brilho aos amores e ódios dos poucos dos seus dirigentes, que após a espuma das eleições, acabam por acumular funções e desmandos.
Agora que se avizinha o próximo acto eleitoral não me parece que vá ser possível contrariar a lógica de uma Ordem dos Arquitectos com poucos, para cada vez menos.
procurar
autores
- 5dias
- ana catarino
- Alexandre de Sousa Carvalho
- António Mariano
- António Paço
- Bruno Carvalho
- brunopeixe
- Carlos Guedes
- Joana Lopes
- Clara Cuéllar
- João Vilela
- zenuno
- Luhuna Carvalho
- Francisco
- fmrosas
- Frederico Aleixo
- Paula Gil
- Gui
- Ivo Rafael Silva
- João Torgal
- João Labrincha
- José Borges Reis
- luismiguelrainha
- Miguel Afonso
- Mário Machaqueiro
- Renato Teixeira
- Morgada de V.
- Nuno Bio
- nunotito
- paulogranjo
- Pedro Bismarck
- pestanandre
- pfjo
- paulo jorge vieira
- Rafael Fortes
- raquel freire
- Raquel Varela
- Ricardo Ferreira Pinto
- Rita Veloso
- sergiovitorino
- Luís Bernardo
- Tiago Mota Saraiva
- Tiago Sousa
arquivo recente
- Janeiro 2015
- Dezembro 2014
- Novembro 2014
- Outubro 2014
- Setembro 2014
- Agosto 2014
- Julho 2014
- Junho 2014
- Maio 2014
- Abril 2014
- Março 2014
- Fevereiro 2014
- Janeiro 2014
- Dezembro 2013
- Novembro 2013
- Outubro 2013
- Setembro 2013
- Agosto 2013
- Julho 2013
- Junho 2013
- Maio 2013
- Abril 2013
- Março 2013
- Fevereiro 2013
- Janeiro 2013
arquivo 5dias.net
acesso ao arquivo 5dias.net.tags
- anti-fascismo
- anti-imperialismo
- assad
- Austeridade
- autárquicas
- BE
- Bloco de Esquerda
- Brasil
- capitalismo
- cavaco
- cavaco silva
- CGTP
- Chipre
- cinema
- cinema português
- Crimeia
- Crise
- Demissão
- desenhos
- Donetsk
- Economia
- efeito boomerang
- eleições
- Esquerda
- Euro
- Europa
- fernanda policarpo
- Governo
- Greve
- Greve Geral
- grevegeral_27jun2013
- guerra civil síria
- hezbollah
- i
- ilustrando
- Imperialismo
- Indústria
- Itália
- iv reich
- Le Monde
- liberdade de expressão
- Luta
- luta de classes
- luta social
- manifestação
- manifestação cgtp
- Movimento de Massas
- Movimentos
- movimentos sociais
- Nelson Arraiolos
- piquete sombra
- podemos
- Poesia aos domingos
- porto
- Portugal
- Professores
- Protestos
- PS
- que bem que se está na rua
- Que se Lixe a Troika
- Relvas
- renatar por aqui
- resistência
- revolução
- rússia
- subvertizing
- Síria
- Troika
- Turquia
- ucrânia
- União Europeia
- urbanismo
- vídeo
- Vítor Gaspar
- youtube
facebook
Tenho andado com televisão desligada.
(1) Da última vez, ouvi uma reportagem na televisão a dizer que as mães estão a dar leite de vaca dos supermercados aos seus filhos menores de 2 anos por não terem dinheiro para comprar o leite em pó adequado porque custa mais caro. Resultado: os bébés têm ido parar ao hospital e os pediatras avisaram que tratava de um procedimento muito perigoso para a saúde dos bébés.
(2) Os pais têm andado a entregar os filhos nas IPSSs porque não têm dinheiro para os manter os alimentar. A Segurança Social (Mota Soares) dá €700.00/més por cada criança pago por nós, contribuintes às IPPS para as crianças à sua guarda em vez de os dar aos pais para as manter em casa junto deles.
(3) Mas para manter ordenados e mordomias as Joãos Belos Rodeias, Presidente do IPPAR desde 2005, actuamente Presidente da Ordem dos Arquitectos há anos com grandes viagens (custa-me seguir o trajecto profissional porque me enjoa) parece que não há bébés que podem morrer por falta de leite adequado ou crianças vão crescer marcadas para a vida toda pelo «abandono» forçado dos pais às IPPSs por falta de dinheiro dos pais, resultado do desemprego.
Se eu estiver a dizer alguma asneira, peço o favor que alguém me diga.
Correcção: João Belo Rodeia, Presidente do IPPAR em 2005, NÃO é desde, já lá não está. Peço desculpa pelo engano.
É que me custa escrever sobre estes assuntos, mas faço questão de o fazer, porque se não o faço, me acho conivente e colaboracionista com este Governo e também com os anteriores, desde que tomei a consciência que foram também responsáveis por todo este acto de guerra em curso contra a população portuguesa.
Por isso é que te devias candidatar, para furar, provocar, mexer, agitar. Digo eu.
É um enorme vazio esta Ordem.
Dá a impressão que só serve para promoção dos seus dirigentes e amigos que assim consolidam a influência (os mais velhos) e permite ganhar visibildade (os mais novos). Entretanto vamos pagando as cotas para financiar grandes mostras dos “feitos” da arquitectura portugesa lá fora, a maior parte das vezes com projectos de qualidade dúbia e que não reflectem minimamente a actualidade do pouco que se produz cá pela terra.
Esta Ordem é amorfa, acéfala e acrítica como convém para deixar tudo na mesma e não provocar ondas; sabe-se lá se daqui a meia dúzia de anos não há para aí umas obras públicas e não convém ter mandado uns bitaites.
A OA sempre serviu para distribuir trabalho pelos amigos, agora que não há, que sirva para tentar vender no Brasil, nos Palop ou onde der…
É triste, mas não é novidade.