Sobre a manifestação convocada pela CGTP-IN para a Ponte 25 de Abril, houve três pareceres desfavoráveis: da Lusoponte (concessionária que perderia o dia de portagens), da PSP e do Conselho de Segurança da Ponte 25 de Abril. Estando as duas últimas entidades na dependência hierárquica do governo, é interessante perceber que a argumentação tem contornos ridículos – a PSP exigia um seguro para cada manifestante – e que consta que o Conselho de Segurança sempre emitiu pareceres desfavoráveis para corridas na ponte – a única novidade é que este foi tornado público.
Na realidade, nenhum dos três pareceres, ditos “técnicos”, justifica a decisão política de proibir a manifestação na ponte. Mais: a destrambelhada alternativa que, por lei, o governo se viu obrigado a dar demonstra a sua pouca preocupação com a segurança dos manifestantes. Se os diferentes trajectos dos protestos em Lisboa têm entre 1,5 e 3,5 km, o governo propunha a Ponte Vasco da Gama, cujo tabuleiro tem 17,3 km de comprimento.
Têm chovido críticas à decisão da CGTP-IN de fazer o percurso de autocarro mas, se assim não fosse, teríamos hoje uma Lisboa sitiada. O teor do despacho do ministro Macedo prenunciava um pré-estado de sítio.
O que fica claro destes últimos dias é que há um número crescente de pessoas que sentem que já nada têm a perder. Contudo, o perigo não são essas pessoas, mas a crescente disponibilidade da linha mais autoritária deste governo, com Miguel Macedo à cabeça, para responder reprimindo.
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E se o governo responde reprimindo, a CGTP só tem que contra-responder resistindo. Estas capitulações é que não. Ou a lei está do nosso lado, ou está do deles. E de uma coisa não parece haver dúvidas: uma “Lisboa sitiada” ia levantar a conflituosidade social e política a uma escala nunca vista aqui desde 75. A questão é saber se a CGTP quer isso.
ps: parece-me que essa desculpa da “repressão”, que se traduziria num putativa carga policial, ou é uma falácia ou foi mal gerida.É que não me parece que o governo caísse nessa armadilha. Com robocops a bater em famílias e reformados o CDS ganhava um ás de trunfo. E a “consertação social” ia com o galheiro. Se exisitiu essa ameaça – e a direcção da CGTP sabe melhor do que nós porque reuniu com o MAI – então ela deveria ter sido denunciada até à exaustão, e de tal ordem que a manif de hoje ganharia contornos mais anti-autoritários (não confundir com os folclores anarcas sff) do que anti-austeritários.
A questão vai mais fundo do que este folclore pos-futurista do comentário acima transcrito
Passa também pelos mimos trocados, não já sobre posições várias ou indignações legítimas ou discordâncias salutares, mas sobre algo bem mais profundo.
Um ou outro que chama “ratos” aos demais, está muito para lá ou do “esquerdismo de fachada” com que tenta esconjurar a resposta devida ou a mudança do linguarejar de acordo com as audiências do momento.E nem vale a pena transcrever a prosápia já lida ou já ouvida há tanto tempo, que a novidade não é tal mas o voltar-se a escutar o fado.
Esconde-se mal o ranço e as máscaras ficam-lhes mal.
Estão num outro patamar.
A continuação segue dentro de momentos
Meu caro, o mesmo se pode dizer da contra-argumentação reformista. A escola é a de estigmatizar as críticas que vêm da esquerda, colando-lhes rótulos como “jogo da reacção”, “esquerdismo”, “radicalismo pequeno-burguês” etc etc. Nem se dão ao trabalho de tentar, ao menos, distinguir os emissários. É tudo igual, tudo anti-comunista. Basta ler o “Radicalismo” do Cunhal. Para ele, os críticos da esquerda ia tudo dar no mesmo. E quando assim é, nada a fazer. É deixar arder, “rumo à vitória”.
Qual caro qual carapuça.
Quais clichés estigmatizantes ou não estigmatizantes.
Qual distinção de emissários, ou qual radicalismo pequeno-burguês (que o é,mas agora nem interessa).
A questão já o disse é bem mais funda e não se evapora com tentativas pueris de esconder o dito .
“Ratos” como argumento ideológico reservo-o para outros.
E mais não quero dizer.Por agora