Breves Notas de Rescaldo Eleitoral

1. É inequívoco e inocultável o categórico resultado da CDU nestas eleições. Foi a única força política que subiu nos principais pontos de análise de sufrágios autárquicos. Mais votos, maior percentagem, mais presidências de Câmara e mais mandatos nas Câmaras e Assembleias Municipais. Todos os outros desceram em pelo menos um destes pontos. Os resultados do PSD não são só maus; são catastróficos.

2. O povo percebeu os resultados. Passos Coelho é que não.

3. Nunca os meios de comunicação social, comentadores, politólogos do sistema prestaram tanta atenção e tanto «culto» à abstenção, ao voto nulo e ao voto em branco. Todos procuraram, à sua maneira, tentar fazer passar implicitamente a ideia (escabrosa, ridícula) de que a CDU só teve o resultado que teve – tão expressivo que não conseguem ‘mesmo’ contornar – graças à abstenção e aos votos nulos e brancos. No entanto, a verdade é que esses votos valem tanto como a craveira da maior parte dos comentadores encartados das nossas televisões: zero! Chega de poluição mental: os votos nulos e brancos não protestam por coisa nenhuma, nem contam para rigorosamente nada! A ambiguidade da significação de cada voto em branco ou nulo não permite nenhuma ilacção lógica ou minimamente sustentada sobre a real motivação do eleitor. A propalada “reprovação aos partidos” é uma falácia (que dá muito jeito aos mesmos de sempre) e que cabe tanto na interpretação geral quanto, simplesmente, a da indecisão que se manteve até à hora do voto (ou outra coisa qualquer…)!

4. A excepção que confirma a regra: o Público lá admitiu que o “rejuvenescimento da militância justifica resultado do PCP“. Sim, o tal partido «dos velhos». Não sei é se o jornalista que escreveu tal “afronta” ainda mantém o emprego, ou se já está a caminho da Sibéria…

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50 respostas a Breves Notas de Rescaldo Eleitoral

  1. Nuno Cardoso da Silva diz:

    A incapacidade do BE para eleger uma direcção minimamente competente, e a sua insistência em perder tempo com banalidades em vez de desenvolver linhas de combate eficazes aos problemas reais do país, faz com que muita gente que votaria num partido à esquerda do PS se veja obrigada a votar PCP. Mas o PCP mal andaria se pensasse que esse aumento de voto no seu partido é o resultado de uma crescente apetência dos eleitores pelas políticas e estilo do PCP. Não é. É um voto de recurso na falta de um partido credível no espaço ocupado pelo BE. Se o PCP quiser fixar este eleitorado conjuntural terá de rever quer as suas políticas, quer o seu estilo. A herança marxista-leninista-estalinista que ainda paira sobre o PCP tornará essa fixação eleitoral impossível, e se um verdadeiro partido de esquerda, à esquerda do PS, vier a surgir – ou um partido novo ou um BE expurgado das suas patologias – logo se verá o PCP regressar ao patamar antigo, entre 7 e 10%. Cuidado com as ilusões.

    • Rocha diz:

      Ó Nuno você não é o arauto, o modelo do eleitor do PCP. Nem você conhece todos os eleitores do PCP, nem esses eleitores são todos vizinhos seus. O PCP através da CDU subiu de votação à volta dos seus bastiões no sul e no centro sul do país. Subiu também no norte em algumas aldeias de Astérix em que já leva décadas de enraizamento e na Madeira onde continua a ser recompensado da sua firmeza de ter voz própria sem ir à boleia de ninguém. Além disso as lutas massas, lutas de classe, manifestações e greves resultam realmente como motor desse enraizamento e só quem tem preconceitos anti-comunistas é que não percebe isso.

      Eu percebo que você gostaria que existisse um partido novo à esquerda ou um novo BE mas não confunda desejos com realidade. O PCP está mais forte por mérito próprio derrotando o PS e o PSD e não o BE.

      • Nuno Cardoso da Silva diz:

        Só digo que me parece que no PCP se quer que a montanha vá até ao Maomé. Ou seja, o PCP é imutável e só admite que o eleitorado evolua até estar disposto a aderir ao PCP, mas nunca que o PCP evolua no sentido de ir ao encontro das legítimas preocupações de muitos eleitores. Só que, nessas condições, haverá muitos eleitores que só estarão dispostos a votar PCP/CDU enquanto não houver uma alternativa que corresponda melhor aos seus anseios. O BE conseguiu o milagre de estoirar com a possibilidade de vir a ser essa alternativa, e quem é de esquerda vai ter de votar no PCP/CDU porque antes isso do que votar em qualquer das outras alternativas. Mas se o PCP não evoluir – o que não significa atraiçoar os seus valores – o ganho será efémero, e nunca terá a dimensão que seria necessária para se criar uma alternativa viável de governo. É claro que isto é apenas uma opinião…

  2. 5ª Coluna diz:

    Os partidos que subiram, foram aqueles que defendem os mais desfavorecidos. O que é normal nos tempos que correm. Não te esqueceste do PCTP/MRPP? ou também pertences aos homens do lápis azul

  3. ACC diz:

    O PCP teve mais 13.000 votos do que em 2009, o que representa um aumento de cerca de 2% (terão vindo do BE?). Já o PCTP MRPP teve mais 9.000 (quase tantos como os do PCP) do que em 2009 (passou de cerca de 13.000 para cerca de 22.000, aumentando em 70%) e concorreu a poucas autarquias. O PNR praticamente triplicou a votação. Se houver um vencedor a declarar, são estes (infelizmente).
    Os votos do PS, PSD e CDS-PP foram claramente para os independentes ou para a abstenção e não para o PCP. O resultado do PCP demonstra apenas que este tem uma base de apoio sólida e estável (o que não deixa de ser admirável), mas que jamais conseguirá captar votos fora dessa base. Se não o consegue numa altura destas, nunca o conseguirá. Estão condenados a ficar assim para sempre em termos de resultados eleitorais, nunca serão uma alternativa (pelo menos pela via democrática).

    • Herberto diz:

      Hahahaha!!! São fantásticas estas vossas observações… e no fundo, são apenas isso: observações pessoais.

    • Rocha diz:

      Uau o PNR passou de 270 votos a nível nacional para 700. É um resultado fantástico! A Freguesia menos populosa do meu concelho tem mais votantes que o PNR.

  4. JgMenos diz:

    As gentes CDU são fiéis no seu voto – a militância e organização do PCP são uma realidade inegável..
    Bastava que uma fracção dos desempregados nos últinos quatro anos se interessassem por votar CDU para que a sua vitória fosse extraordinária.
    Ora tiveram quantos mais votos em relação a 2009? 12.000? Mais qualquer coisinha?
    Seguramente um bom resultado comparativamente a outros – mas sempre na pequenez congénita a uma ideologia e projecto de vida que não convence!

    • Herberto diz:

      Normalmente, quando abstenção sobe, os votos em todos os partidos descem. No caso da CDU, subiu. Qualquer coisa que se esqueceu de referir no seu “pequeno” e patético blog, chamado “A Chispa” que o Sr. JgMenos dirige, com manias grandiosas.

      Sendo o Sr. JgMenos o único autor deste blog (A Chispa), é inacreditável como escreve alguns dos seus artigos, começando por dizer: “Nós na Chispa…” Esse plural majestático esconde uma mente verdadeiramente perturbada e que, de todo, não convence.

    • alice vieira diz:

      pequenez? ó ser, enxergue o seu tamanho… tiveram um resultado óptimo! serão necessários nas autarquias, vão ajudar as populações. são um exemplo de coêrencia e competência. aumentar o SMN não o convence? criar incentivos à produção nacional não convence? investir na educação, na saúde? pôr os bandidos a pagarem os impostos cá como deve ser? quem não convence é o senhor, que a cada vez que cá passo leio os seus comentários tontos e mesquinhos.

      • JgMenos diz:

        Dou-lhe de barato que o PCP possa administrar uma junta de fregeuesia e até uma Câmara Municipal!
        E isso porque a autarquia tem limitado território, limitados recursos, limitados poderes.
        Para a política do país, o PCP tem uma política autarquica – ignora tudo que lhe está à volta e faz de conta que somos o centro do mundo, sem dependências, com fronteiras fechadas e recursos bastantes para realizar a autarcia com que sonham, um paraíso na terra em que todos teriam a liberdade de concordar com os inevitáveis camaradas dirigentes.
        São e serão pequenos em tudo, excepção feita ao alto conceito que de si próprio têm!

        • De diz:

          De barato dá Menos não se sabe bem o quê.
          Não tem outro remédio senão estas redundâncias com que tenta amenizar a sua sina.

          A autarquia tem limitado território etc e tal.?
          Para depois afirmar que pensa que terá no país recursos bastantes para realizar aquilo que nas autarquias não faz por limitação de recursos? Os recursos a menos passam a a mais se se pensar no país em que?

          Menos não está confuso.Menos é isto.Um esforço patético para tentar vender a sua prosa de classe sem classe,,ao serviço dos da sua igualha.Ainda há pouco elogiava naquele seu jeito ternurento Machete e chorava lágrimas amargas por relvas..Os seus inevitáeveis camaradas dirigentes

          alice vieria tem razão: a pequenez de menos roça o fanatismo nessa sua labuta quotidiana contra quem demonstra que a sociedade pela qual pugna está podre e caduca, Menos tenta tudo mesmo que tenha que vestir sotainas diferentes.

          Hoje sabe-se que os seus inevitáveis camaradas dirigentes querem ir buscar o dinheiro que pagam a esses mesmos camaradas dirigentes ao bolso das pensões de sobrevivência.

          Com qualificar tais pulhas?

  5. Dezperado diz:

    Primeiro gostava de perceber se estes ultimos 5 posts a declarar que a CDU foi a grande vencedora das eleições é para vos convencer interiormente, ou para convencer os leitores deste blog.

    O Renato faz um post em que diz que os partidos da troika perderam 750 mil votos…..a CDU ganhou 12 mil votos…..

    Acha que foi assim uma vitória estrondosa…..Acreditando que desses 12 mil votos, todos foram porque se identificam com a CDU e nem um foi de protesto contra os outros partidos, nem foram alguns eleitores do BE que decidiram votar CDU.

    Ainda bem que voce nao é do PNR…..que triplicaram os votos…senao, imagino a festa que se fazia aqui no burgo…..

    Veremos o que vai mudar daqui para a frente, com essa “vitória estrondosa” da CDU.

    (Só um aparte, voce por acaso não é daquele clube que joga em frente ao Colombo??? É que essa choradeira do “todos contra nós”, até na comunicação social, farta um bocadinho)

    • zé luís diz:

      eh, eh, eh, esse parêntesis final é arrasador e merece o meu voto também…

      • Bito diz:

        São muitas as pessoas que aqui escrevem, é natural que haja quem simpatize com os resultados da CDU, até porque este é um blogue declaradamente de esquerda.

        Votos e quantas câmaras?… é que se formos a analisar ainda mais a fundo, tendo em conta a abstenção (pelas mais variadas razões) torna este resultado da CDU ainda mais significativo.

        Gostava que fosse o Passos Coelho a cantar de galo? Vá para o quinto dos caral*os se assim for.

        Já agora, voce é do pnr para lhes tomar as dores por aqui não serem referidos? vá a outro blogue e delicie-se com o espetáculo deprimente e pelos grunhidos nesses espaços deixados.

        (só fiz mesmo o parentesis porque acho piada que se misture politica com desporto. e nesse campo, faz lembrar o Vilarinho… hehehe!)

    • De diz:

      Gostava de perceber?
      Gostava de perceber o quê?
      Os gritos histéricos e as afirmações desconexas e semi-desvairadas de desperado, imediatamente antes das eleições, e que apostavam numa perda de votação na CDU ?

      Percebe-se o desespero de…
      🙂

  6. antoniocarlos diz:

    O PCP foi um dos vencedores das eleições. É inegável.
    Mas a única alteração estrutural que se observou foi o quase desaparecimento do BE, ainda para mais num contexto que à partida lhe seria favorável (descontentamento generalizado).
    De resto nada se alterou estruturalmente:
    – PS e PSD continuam os dois principais partidos e, numa lógica de alternância comum, o PS subiu (ganhou) e o PSD desceu (perdeu). São, grosso modo, os dois partidos da Troika, dos resgates, da austeridade (embora o PS, enquanto na oposição, não o admita) e continuam a agrupar a larga maioria dos votos;
    – CDS e PCP continuam como segundas linhas: sobem e descem consoante a conjuntura (vamos ver o que acontece quando surgir o apelo ao voto útil nas legislativas) mas não mudaram significativamente a ordem da sua dimensão. Ambos podem reclamar vitória nas eleições, o PCP de forma mais clara e significativa.

    Estamos por isso muito longe de cenários como o grego em que alguns partidos principais quase desapareceram e outros surgiram e cresceram meteoricamente (resta saber até quando e até onde). Pelo contrário, o quase desaparecimento do BE para indicar um fim de ciclo de alguma mudança estrutural. Tudo está a voltar ao que era antes do meteorito BE.

    Tudo isto temperado pelo facto de se tratarem de eleições autárquicas, com factores fortemente locais em alguns casos, com os “independentes”, …

    Conclusão: as mudanças conjunturais espectáveis, nenhuma mudança estrutural (excepção para o BE).

    • Nuno Cardoso da Silva diz:

      O que é irritante é que se justifica plenamente um partido à esquerda do PS e que não seja marxista-leninista (assumido ou não), que o BE esteve perto de se tornar nesse partido, mas que a inépcia e dletantismo dos seus dirigentes conseguiram dar cabo dessa oportunidade. Os dirigentes do BE não sabem fazer política nem sequer sabem o que é política. São meros gestores de faits-divers. Por muito respeito que se tenha pelas minorias e pelos seus problemas, o país não são só mulheres vítimas de agressão, homossexuais vítimas de discriminação, ou estudantes vítimas de praxes académicas. Sem ignorar essas situações é preciso pôr a tónica nos problemas estruturais do nosso país. Apresentando soluções que sejam eficazes e que possam ter o apoio da maioria dos portugueses, sem para isso comprometer os valores comuns à esquerda. O que é perfeitamente possível, mas que o BE não consegue fazer.

    • De diz:

      Eis uma visão que,mais do que superficial, tem a marca inconfundível de alguém que pretende cristalizar as coisas de acordo com os seus interesses ideológicos.
      E a palavra “cristalizar” não é escolhida ao acaso.

      A única alteração estrutural não foi a citada por antónio carlos.Isso queria ele.O que ficou pelo caminho foi antes de mais o mito de maioria absoluta próxima para o PS, vertente oficial e oficiosa do nosso bloco central.O PS tem a esquerda pela frente e já não consegue chantagear o voto útil nas situações em que governa a outra vertente.E isso terá que ser levado em conta nos alcatifados corredores do poder.Do próprio PS.

      O contexto que à partida pareceria favorável para o bloco… Só mesmo para os menos atentos.Não me interessa ir por aí e apenas o registo, para que afirmações pseudo-evidentes não passem sem a devida anotação

      Os dois principais partidos patati-patata…um sobe o outro desce.Eis como de uma penada se tenta fazer a leiturazinha própria do café da manhã, ao som da leitura em voz alta do expresso,
      Falso.Um ganhou, o outro perdeu.Mas quem ganhou também perdeu.Basta ver os números. E não deixa de ser perfeitamente elucidativo, o saltitar em torno da derrota do PSD (“perdeu”) tentando esconder que tal derrota constituiu de facto uma “pesada” derrota. As cenas pungentes que se seguiram mostra-o à evidência ( olha se fosse o PC..era cilindrado na praça pública pela canalha mediática em serviço)

      O mesmo acontece com a contabilidade pró-troikista.Acontece que sob o ponto de vista objectivo se registou a perda de 800 000 votos para tais partidos.Se para uns isso é irrelevante, que fiquem com essa na cabeça. Mas o que é menos aparente é que o discurso face à troika mudou.Mudou tanto que já não se faz o namoro às claras e os elogios à troika como antes o era feito de uma forma perfeitamente néscia.O néscio continua, mas ouvimos o irrevogável portas falar em soberania condicionada, ouvimos o PS afirmar em voz alta, coisas que antes eram impensáveis ( e isso interessa?interessa tanto que lhe dá votos) e o PSD a tentar escapar entre os pingos de chuva e a tentar chantagear o tribunal constitucional com as ameaças troikistas.O que não deixa de ser significativo para aquilo que estamos aqui a discutir.

      Deixemos para lá a tentativa de considerar o CDS como vitorioso nestas eleições.O discurso à portas pode passar na noite eleitoral em espectáculo circense irrevogável.Mas já foi devidamente desmontado e colocado a ridículo por outros para agora se perder tempo com tais números.

      Isto basta?Mas claro que não.Quem esperava que bastasse deve ter lido o esforço patético e ultra-montano de cavaco a sublinhar o carácter “autárquico” das eleições e a tentar minorar os danos.
      (Como se a burguesia e o capital entregassem o poder de mão-beijada, em clima de chá das cinco. Prefere antes ir dizendo que nada mudou e que não há mudanças no horizonte).

      Nada está a voltar ao que era mesmo.A madeira deveria servir pelo menos de espelho para tais arrufos situacionistas.

      A luta continua mesmo. Como se verá em cenas dos próximos capítulos.E necessariamente mais violenta porque extremamente violenta é esta governação dos terroristas sociais que nos governam

  7. Camarro diz:

    Estou, na generalidade, de acordo com o post. Confesso que na noite eleitoral fiquei bastante satisfeito com os resultados da CDU. Todavia, e após uma análise mais pormenorizada dos resultados, verifiquei que existem alguns sinais de preocupação. Não vou identificar as possíveis causas. Isso farei, naturalmente, internamente. Deixo apenas algumas questões para reflexão, uma vez que são dados objectivos:

    1) Se a CDU tem mais 12.812 votos do que em 2009, bem pode agradecer às votações no distrito de Lisboa (+ 11.636), Porto (+ 6.565), Faro (+ 8.695) e à generalidade dos distritos do norte e centro do país: Aveiro (+2.406), Coimbra (+2527), Viana do Castelo (+2.005), Viseu (+1.379), Braga (+ 580), Castelo Branco (+1.813) e RA Madeira (+874);

    2) O aumento do número de votos referido anteriormente serviu para compensar as perdas que se verificaram, precisamente, nas zonas onde a CDU tem mais influência. Dos 8 municípios de presidência CDU na Península de Setúbal, a CDU manteve os 8 e conseguiu ainda mais 1 mandato, no entanto, perdeu 21.682 votos. No distrito de Beja perdeu cerca de 4.000 votos. No distrito de Portalegre perdeu 603 votos. As excepções são Évora, com um aumento de cerca de 1.000 votos e Santarém com 645 votos a mais.

    Aliás, das 28 presidências conseguidas em 2009, a CDU manteve a presidência em 24, mas, falando no número de votos, a CDU perdeu 31.852. Mais: apenas no Alvito a CDU aumentou a votação em número de votos líquidos. Muitos foram perdidos para a abstenção, é um facto. Mas não deixa de ser estranho que a CDU seja tão afectada pela abstenção nos municípios que já presidia e tenha crescimentos significativos em praticamente todo o país. Teremos que reflectir seriamente sobre isto.

    • Caxineiro diz:

      o crescimento a norte só pode ser bom. Se esta tendencia (a estabilizar a sul e aumentar a norte) se mantiver no futuro, será óptimo

      • Camarro diz:

        Registo com muito agrado o grande resultado que a CDU conseguiu no distrito do Porto. Passou de 1 mandato em Câmaras Municipais para 5. Melhor, só no Algarve, em que passou de 1 para 8 mandatos.

  8. Herberto diz:

    Já percebi. Ser da CDU chateia, ainda mais se a CDU aumentar de votação. Aí, chateia muito mais. Se a CDU subisse a votação em cerca de 35 mil votos, muitos estariam a dizer que vinha aí Moscovo e a Sibéria.

      • ACC diz:

        Não chateia nada, gosto que fiquem contentes com uma migalhas nas eleições e que declarem vitória por ter mais 13.000 votos do que nas últimas autárquicas. “O povo” continua sem votar na CDU nem para eleições autárquicas, apesar de esmagado pelas políticas deste governo (a não se que se considere que “o povo” são as 500.000 pessoas que vistos continuam a votar na CDU). Não há nenhuma vaga de fundo a favor do PCP e os números demonstram-no claramente. Estão condenados a isto e o PCP também o sabe. Ou acham que alguma vez vão ganhar umas eleições nacionais em Portugal (ou ter sequer 20% dos votos)?

        • Já nos fizeram o funeral muitas vezes. És só mais um…

          • ACC diz:

            Não estou a fazer funeral nenhum. É claro, e estas eleições demonstram-no, que o PCP está cá para ficar. O que estou a dizer é que nunca vai passar disto. O PCP não tem capacidade para captar votos do PS, PSD e CDS, nem mesmo do Bloco de Esquerda. Tem uma legião de fieis, mas não consegue converter os não crentes. E por isso nunca vão conseguir governar Portugal por via de eleições. É o que é.

          • De diz:

            Chateia e muito

            A prova é que ACC se chateia a esclarecer o que o chateia.
            Sai mais uma roda de interpretação de resultados.Agora disfarçada de “vaga de fundo”
            ???.
            A vaga de fundo de Abril de 74 que correu com o fascismo?A da revolução soviética?Ou a da revolução francesa?
            🙂

            Tal qual o sousa tavares e a morte do PCP decretada há alguns anos
            🙂

          • Nuno Cardoso da Silva diz:

            Aqui concordo com o ACC. Enquanto o PCP insistir em ser uma igreja recheada de tiques marxistas-leninistas-estalinistas, não pode passar disto. E quando cresce é fundamentalmente por não haver quase mais nada à esquerda do PS. No dia em que aparecer um partido de esquerda baseado em valores de esquerda e não em cartilhas mais ou menos bafientas, o PS entrará em declínio e o PCP regressa aos 7%. Por mim acho que essa esquerda terá de assumir uma postura libertária para ser bem sucedida. Mas a liberdade é um conceito que a esquerda tradicional costuma condicionar de tal forma que muitas vezes acaba exilada nalgum Gulag…

          • De diz:

            Cardoso da Silva a lastimar-se a a repetir pela enésima vez o discursinho que escreveu à pressa enquanto tomava posse em nome duma congregação marxista-leninista.
            Libertária? Qual carapuça.Isso é o verniz habitual para fazer o seu número trivial
            Ou dito de outra maneira de como o oportunismo cria raízes e permanece à espera que o chamem para alguma coisa.Enquanto verte baba e ranho desta forma patética e procura um gulag como justificação para .

          • Nuno Cardoso da Silva diz:

            Ó De, o que é que isso quer dizer? Qual é o seu problema com a vertente libertária da esquerda? O que receia a respeito da liberdade? Que ela imunize os povos quanto às tentações vanguardistas de quem gosta de exercer o poder sem se sujeitar à vontade expressa desses povos? É tão bom refugiar-se na sharia da cartilha preferida, sem ter de pensar e de responder às críticas de quem não gosta que pensem por eles… É por isso que o PCP nunca sairá do patamar em que se encontra. Já poucos são os que não se importam de ser tutelados por uns quaisquer iluminados auto-proclamados salvadores do povo. Vocês querem um cheque em branco, mas isso já passou de moda. Há muito que deixámos de ser súbditos para sermos cidadãos.

          • De diz:

            Ó Cardoso da Silva. O que quer isto dizer é mesmo isto.
            Se não percebeu meta explicador como parece que precisa.

            Agora se você anda a debitar os gulags a todo o instante, tentando fazer dessa forma de agir a sua cartilha ideológica e a sua forma de se autojustificar, aprenda que tem que merecer a resposta devida.
            Uma forma assaz rasteira de fazer políticazinha ,sempre com o odiozinho de estimação para com o PC? O papâo?O motivo porque andou de mãos dadas com o ex-partido do barroso foi também esse?
            E a sua pele dura não permite ver para além do seu umbigo ou é preciso dizer ainda mais

            E se insiste em que preciso de iluminados para me conduzirem a algo que seja digo-lhe já que lhe vou responder na mesma moeda.

        • Bito diz:

          Que génio! Descobriu agora que vivemos no capitalismo?

    • zé luís diz:

      Sibéria – porra,. estão sempre com essa na boca, é reflexo condicionado?… – não digo, mas Moscovo agora tem mais (sex) appeal.

      • De diz:

        A verdade incomoda sempre
        E qual vero reflexo concicionado chutam a bola para o lado, em manobras onanisticas disfarçadas de substantivas “porras”

  9. nunca nenhum partido revolucionário conseguiu “ganhar eleições” organizadas pela burguesia. O mais próximo dos partidos reformistas foi a vitória dos sociais-democratas de Salavador Allende no Chile. E aí, a burguesia, como se viu, tem outros métodos para resolver “eleições”. Portanto, não se convençam que com o P”C”P algum dia alguma coisa vai mudar num país que tem apenas um proletariado residual…

    • Rocha diz:

      Quem é que tem um proletariado residual o PCP ou o país?

      Não confunda “ganhar eleições” com fazer a Revolução, olhe que nós também não confundimos. Cada câmara comunista ou junta de freguesia é uma barricada ou uma trincheira de resistência ao capitalismo, apenas isso. É preciso ter bases de onde lançar ataques à burguesia e há múltiplas maneiras de as criar, as autarquias comunistas podem facilitar esse processo.

    • goldenshark diz:

      residual é a tua tia pá! A maioria das pessoas vivem do quê? Da mais-valia, estúpido. E isso significa o quê?

      • significa que, óh “inteligente”, a maioria dos portugueses vive de trabalho improdutivo (no terciário)
        http://www.marxists.org/portugues/marx/1863/mes/prodcapital.htm
        e enquanto essa distorção não for corrigida, não haverá em Portugal bases sociais para o socialismo. Apenas para a ilusão do P”C”P dirigir uma distorção de “comunismo” a partir de um aparelho de cúpula, implantando-o à força sobre bases sociais improdutivas

        • Rocha diz:

          Francisco você é cá uma personagem. Esse desprezo com que trata a maioria dos trabalhadores (por serem do sector terciário) faz lembrar as expressões infelizes de alguns marxistas antes de Lenine que tratavam os camponeses como campónios inúteis. Por incrível que pareça ainda há gente que não percebeu o real significado da foice e do martelo.

          • goldenshark diz:

            ó burro, são proletários, sem mas nem meio mas. também querem que nos chamemos ‘colaboradores’, mas somos trabalhadores, e se vivemos apenas do nosso trabalho somos proletários! vai dar aulas para outro lado, na escola da vida todos sabem o que é o trabalho..

  10. zé luís diz:

    O Público não corre esse risco nem sente os frios siberianos, por aí estamos descansados…

  11. um anarco-ciclista diz:

    Está visto que Beja, Évora, Silves, Loures e outras 34 câmaras provocaram muita, mas muita azia a certa esquerda… Vejam lá se não esgotam o stock de rennies nas farmácias! Podem novamente vir a precisar delas em Maio de 2014…

  12. imbondeiro diz:

    As cabriolas argumentativas de certa malta são de fazer roer-se de inveja qualquer experiente motociclista do vetusto poço-da-morte. Deixem cá ver se eu bem percebi o raciocínio de certos “comentadeiros” televisivos, raciocínio esse repetido até à exaustão por não poucos internéticos copistas: o PSD perdendo, acabou por ganhar, pois o PS ganhando, acabou por perder, porquanto António José Seguro acabou por ser esmagado com a estrondosa derrota que António Costa infligiu ao PSD em Lisboa. Quanto à CDU, o seu excelente resultado é metido por tais génios das mágicas artes da manipulação mediática na gaveta da cegueira política que fica mais à mão: é resultado do “voto de protesto” e de frutífera pesca em águas do Bloco. Correspondem tais delírios a alguma coisa que minimamente se aproxime de uma leitura realista do que efectivamente aconteceu? Nem por sombras, mas divertem-nos e põe-nos bem dispostos, tal é a barrigada de riso que nos provocam.
    Já por aqui li esperançosos votos de que o BE volte à sua antiga expressão eleitoral, uma vez expurgado de certos exageros “fracturantes”. Pois tenho muita pena, mas, na minha humilde opinião, isso não vai acontecer. O Bloco não pode ser aliviado dessas pulsões “fracturantes” sem o risco de todo o seu edifício partidário/eleitoral colapsar. É que esses exageros “fracturantes” são a única coisa que no Bloco se aproxima de algo vagamente parecido com uma ainda que ténue e mais do que pífia linha ideológica. Esses exageros fazem parte da estrutura da criatura, não fazem parte do seu aspecto exterior: expurgá-los seria exterminar, de vez, essa comatosa criatura.

  13. Herberto diz:

    Através de um amigo, soube hoje de episódios lamentáveis que decorreram durante a campanha eleitoral em Loures. Se alguns pensam que o anti-comunismo não existe, estão bem enganados. As provocações e violências provocadas pela campanha do PS mostram que algo não está muito bem no Portugal democrático, nem nunca esteve. As minhas conclusões levam-me a supor que temos um partido sério e honesto – o PCP – que, por sua vez, é agredido, perseguido e pressionado por todos os outros partidos que pretendem ser aquilo que não são.

    Tenho a ideia que para a nossa sociedade avançar, o contributo do PCP é essencial.

  14. Tachos & Tacholas diz:

    Agradecia uma resposta, s.f.f.. Lisboa/Avenidas Novas.

    Podem-se repetir eleições? É o que corre no Bairro Azul em Lisboa, Freguesia ex-S.Sebastião da Pedreira e actual Av. Novas.

    (1) Quem ganhou foi o PSD com APENAS cento e tal votos a mais do que o PS.

    Fui à rua e falei com um comerciante que me disse que podem haver novas eleições porque parece que há uma «ligeira» confusão sobre os votos. Não sou fofoqueira.

    (2) Há um Sr. do Governo (Ministério do Trabalho ou seja o que for) que quer pôr o pai dele como o Presidente da Junta. O PSD e o PS parece que andam em negociacões: será de distribuição de Tachos e Tacholas?

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