O PCP é o grande vencedor das Eleições Autárquicas

Apenas meia dúzia de notas sobre estas eleições, antes ainda de se saberem os resultados finais:
– a grande vitória do PCP, com expressivo aumento do número de votos e do número de Câmaras Municipais, algumas delas muito significtivas. Assume-se definitivamente como a única alternativa de Esquerda à política do Bloco Central;
– a prestação miserável do Bloco de Esquerda, que paga com estes resultados a indefinição da sua política. Tem de saber o que quer e se a ideia é rumar à Direita para um eventual acordo futuro com o PS, deve aceitar as consequências;
– a vitória do PS, em número de votos e de Câmaras, o que garante para já o lugar a António José Seguro. No fundo, ganhou as eleições, mas repare-se no que de importante perdeu para o PCP;
– a coça que levou o PSD e o primeiro-ministro. Nada que o faça mudar de rumo, como já revelou, porque a encomenda não é passível de alterações. Ainda assim, que fique registada a maior derrota eleitoral de sempre do Partido;
– a caminhada do CDS de Paulo Portas por entre os «pingos da chuva», como se esta política que vem sendo seguida não fosse nada com ele;
– a confirmação do «fenómeno» dos Independentes.

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30 respostas a O PCP é o grande vencedor das Eleições Autárquicas

  1. «a prestação miserável do Bloco de Esquerda», é uma expressão muito infeliz de quem “parece” pugnar por uma maioria de esquerda. Depressa se esqueceu do que escreveu em
    https://5dias.wordpress.com/2013/07/16/da-falta-de-bom-senso/

    • Ricardo Ferreira Pinto diz:

      Infelizmente, foi uma prestação miserável. Não o digo com alegria, digo-o com tristeza. Pode ser duro de ouvir, mas que foi, foi. Continuo a pugnar por uma maioria de Esquerda.

  2. Herberto diz:

    Para já, para já… é só isso. Haverá cisão no Bloco, depois destes resultados? O que vai acontecer com o governo e o CDS-PP? Vamos ver.

  3. José Sequeira diz:

    Os meus parabéns ao PCP.
    Acho que fica melhor o “grande aumento ou crescimento” em vez de vitória. Vitória é vitória (ganhar) e essa foi do PS.

    • Ricardo Ferreira Pinto diz:

      Verdade. O PS ganhou as eleições. O PCP obteve um excelente resultado, sendo também um dos vencedores da noite.

  4. JgMenos diz:

    O PCP?
    Então não foi essa alargada frente unitária que dá pelo nome de CDU?
    Mais 12.000 votos, em 4 anos com troika, e mais centenas de milhar de desempregados, é uma grande vitória?
    Só demonstra que o PCP e a extrema esquerda em geral são quando muito os partidos da protecção de quem tem algo a perder e de esperança nenhuma para os que tudo perderam!

    • De diz:

      Sim Menos.Nós já percebemos.
      🙂
      Ande, faça lá uma cara de choro ,enquanto tenta passar a rábula da “gente de bem” e outras tiradas adequadas.

      Entretanto relembre-se a fraude que constitui o número de eleitores em cadernos eleitorais. Talvez seja a altura de lembrar os muitos portugueses que têm sido levados a emigrar pela bota cardada do capital?
      Certo?

      Os “partidos da protecção” ( que linguagem) do capital tiveram os resultados que tiveram.
      Tem que se esforçar mais,a cangalha que os suporta

      • JgMenos diz:

        Agora que explicou tão bem, percebi!
        Os comunas exilaram-se em massa e os que cá ficaram foram retirados dos cadernos eleitorais! Fascismo nunca mais, etc. etc.avante!

        • De diz:

          O termo “os comunas” é a ponta do iceberg que mostra o profundo mal-estar de Menos.
          O PSD teve a maior derrota de sempre.O irrevogável portas navega entre as cenas canalhas com o ribeiro e castro e as cenas acanalhadas que faz diante dos seus colegas de profissão.
          A menos resta-lhe isto e a fuga para lado nenhum. Deliberadamente aldraba, o que atesta o seu carácter.O que é dito para colocar em causa os números de eleitores,transforma-se pela voz de menos num exílio em massa de “comunas”.
          Desonestidade e algo mais.
          Está certo.Confere.

          Mas esta conversa da treta não leva mesmo a lado nenhum.
          Hoje li isto no Antreus, reproduzindo um texto do insuspeito Pacheco Pereira
          http://antreus.blogspot.pt/2013/09/a-barca-do-inferno-de-jose-pacheco.html
          O texto vale muito mais do que afirmação que vou fazer .Mas a caracterização da canalha faz-me lembrar o modus operandi de Menos.Passado,presente e aposta-se que futuro.

        • De diz:

          Já agora um fragmento de um texto de PedroTadeu no DN:
          “A abstenção foi elevada mas não atingiu os 47,4% apontados pelos dados oficiais. O censos de 2011 indica que havia então 10 milhões e meio de habitantes em Portugal. Não é possível termos nove milhões e meio de eleitores, como os cadernos eleitorais apontam, pois há pelo menos dois milhões de portugueses sem idade para votar (podem confirmar os dados no site Pordata). A abstenção real de domingo variará entre 39% e 42% dos que realmente poderiam participar no sufrágio”

          ( e não, no censo de 2011 ainda não tinham sido empurrados tantos portugueses para fora do país. Coelho e relvas depois foram bastante eficazes nesse processo)

      • Dezperado diz:

        A CDU ganhou mais 12 mil votos, o BE perdeu 47 mil….para onde terá ido essa diferença?

        • De diz:

          Eis um bom tema para desperado ir estudar.
          As análises não faltam e pode começar por este texto do Ricardo.Tem é que o ler e perceber primeiro.

          Mas os factos aí estão.Como as afirmações de desperado em vésperas do acto eleitoral neste post do Tiago Mota Saraiva:
          “Vira o disco, ainda está na tua mão não deixar tocar o mesmo”

          O não assumir os erros e o esforço para têm limites
          (A falta de coluna vertebral será um problema endémico ?)

    • Antónimo diz:

      Propunha que pudéssemos todos votar aqui no JgMenos, ó camaradas, com uma pollzinha online, que era para ver se se lhe dava a alegria de ter mais que os 12 mil votos da infame coligação, partido ou lá o que é (acho que é escolher).

    • Herberto diz:

      Este seu comentário já o escreveu no blog “A Chispa” antes. Já agora, de que doença mental padece?

      • JgMenos diz:

        Oh menino, vai fazer propaganda a ‘A Chispa’ para outro lado!

      • De diz:

        Caro Herberto:
        O que se passa ao certo com esse blog e com esse personagem?

        • Herberto diz:

          Caro De: estava eu a fazer um trabalho e pus-me a pensar em alguns dos comentários escritos por este JgMenos e vejo semelhanças com aquilo que é escrito no blog “A Chispa”. De repente, tenho um “flash” e digo: “O JgMenos é o Chispa!” Algumas das semelhanças, estão em outros comentários usados, mas com outro nome e em outros blogues. Este tipo é muito malandro. É uma espécie de Dr. Jekyll e Mister Hyde. Se ele aqui é uma coisa (em JgMenos), na Chispa ele é outro bem diferente. Veja como ele escreveu bem o nome do blog em cima. Até pôs as aspas e tudo. Descobri-lhe a careca e o tipo agora anda doido.

  5. Nuno Cardoso da Silva diz:

    Votei CDU em Loures e congratulo-me com a vitória de Bernardino Soares. Mas não me congratulo com a fraca expressão do BE. Portugal precisa de um partido à esquerda do PS e que não alimente nostalgias marxistas-leninistas. O que é lamentável é a direcção do BE não ser capaz de assentar os pés na terra e de resistir a deixar-se levar por tontices – em termos tácticos – como a luta contra o piropo e contra as praxes académicas. O BE perfilha os valores de esquerda mas não consegue acertar em políticas de esquerda que sejam eficazes e apelativas. Por isso não consegue captar os votos da ala esquerda do PS nem dos independentes de esquerda. São uns líricos e uns diletantes incapazes de criar uma força política dinâmica e eficaz. E que, ainda por cima, se esforçam muito por marginalizar quem seja heterodoxo. Precisamos urgentemente de um BE, mas a funcionar de forma bem diferente deste…

    • Herberto diz:

      Se votou CDU em Loures, é capaz de descrever algumas das provocações do PS contra a CDU, durante a campanha eleitoral? Ao que parece, o PS desceu ao nível de algumas das campanhas políticas, entre 1975 e 1977.

  6. Serafim Santos diz:

    Falta a esta geração que tem hoje +ou- 40 anos,( ideologia,) nasceram com tudo, os pais que na altura do 25 de abril, tinha pouco mais de35anos e hoje têm (70) mais. tudo lhes deu,hoje não acreditam na democracia e não votam.

  7. Rafael Ortega diz:

    “expressivo aumento do número de votos”

    11 mil votos em relação a 2009. Expressivo é uma força de expressão.

    Expressivo foram mais de 500 mil votantes que não votaram em relação a 2009.
    Expressivo foram mais 170 mil que se deram ao trabalho de sair de casa num dia de chuva para votar branco ou nulo.

  8. Fernando Lacerda diz:

    Ricardo, diga, para me esclarecer, onde foi que a prestação do BE foi miserável.
    Fernando Lacerda

    • Ricardo Ferreira Pinto diz:

      Menos 47 mil votos. Perdeu a única Câmara que tinha. Não conseguiu a eleição de qualquer vereador para Lisboa e Porto.
      Mas se calhar sou eu que estou a ver mal as coisas.

      • Fernando Lacerda diz:

        Ricardo, continuo à espera que me diga onde e em quê a prestação do BE foi miserável. O que diz é que o BE perdeu votos e uma Câmara, o que aconteceu, em muitas eleições com o PCP e em nº muitíssimo maior, e não foi por o PCP ter uma prestação miserável.
        Será que quer dizer que o BE perdeu votos?

  9. Gambino diz:

    Os resultados do Bloco devem, sobretudo, pôr o próprio Bloco a pensar. Numa altura de crise aguda, como aquela que vivemos, a reputação de “esquerda caviar”, mesmo quando infundada, é quase tão nociva junto do eleitorado como o neoliberalismo. O PCP apresenta-se ao eleitorado com a aura de sempre, assente na defesa irredutível dos trabalhadores, e igual a si próprio, com qualidades e defeitos, mas firme na sua luta contra o capitalismo Já o Bloco, nunca conseguiu apelar aos trabalhadores e começa a não cativar as elites desencantadas da esquerda urbana. O Bloco faz falta, mas tem que ser capaz de se repensar a si próprio.

  10. Antónimo diz:

    Fenómeno pode admitir-se que seja, pelo que não se justifica que esteja entre aspas. Já o Independentes vou ali e já venho, isso sim devia estar entre aspas.

    Ou seja a última linha seria

    – confirmação do fenómeno dos «Independentes»

    • Ricardo Ferreira Pinto diz:

      É curioso que só com o seu comentário é que percebi que pus mal as aspas. Realmente, era em «independentes» que queria pô-las, que era onde faziam sentido. E concordo que a maioria deles de independentes nada têm.

  11. vdlx diz:

    Mas há alguma eleição em que o PCP não seja o grande vendedor?

    • Herberto diz:

      “vdlx”, essa do “grande vendedor” já me fez rir às gargalhadas. É extraordinário. Os meus aplausos.

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