Pablo Neruda morreu há 40 anos, em 23 de setembro de 1973, apenas 12 dias após o golpe de Estado no Chile, oficialmente em consequência de um cancro na próstata.
Se houve sempre dúvidas quanto à veracidade desta causa, elas agravaram-se há dois anos quando o motorista do poeta afirmou que ele terá recebido uma injecção letal na clínica de Santa Maria, em Santiago do Chile, para impedir que se exilasse no México como era sua intenção. Com base nestas declarações, o Partido Comunista do Chile apresentou uma denúncia formal à Justiça, foi aberto um processo e, em Abril deste ano, foi iniciada a exumação dos restos mortais do poeta (sepultado juntamente com a sua última mulher no jardim da casa em Ilha Negra), que foram enviados para análises em Espanha e nos Estados Unidos. Na clínica em questão, nunca foi possível encontrar a ficha médica de Neruda, nem a lista dos trabalhadores presentes, tendo sido entretanto dado judicialmente como provado (em 2006) que nela foi envenenado o ex-presidente chileno da Democracia Cristã Eduardo Frei, em 1982.
Mas hoje é dia de o recordar em vida, com a sua voz inconfundível:
E dia também para ver esta bela iniciativa da BBC Mundo, preparada para hoje, que apresenta uma versão do Poema 15 em 21 línguas:
Olá Joana, os meus parabéns pelo texto. Está muito bom. Veja se já tem este: «Sombras Sobre Isla Negra. La misteriosa muerte de Pablo Neruda.» de Mario Amorós. Um abraço
Esse “oficialmente” (sobre a morte do Neruda) nem merecia ser mencionado. Da boca nojenta da genocida ditadura de Pinochet (sob a tutela do imperialismo estado-unidense) só saíram mentiras e barbaridades sobretudo a propósito da aniquilação em massa de vidas que se seguiu ao golpe militar.