A Valsa com Bashir foi dos poucos filmes a recuperar este momento, absolutamente proibido na história colonial de Israel. 31 anos depois a única justiça a ser feita foi a divina, que castigou Ariel Sharon “como Deus manda“. Os outros assassinos nunca foram verdadeiramente julgados. A Falange continuou legal e com algum peso na sociedade libanesa e Israel lavou as mãos de um massacre que orquestrou impunemente. Hoje, praticamente ninguém se dá ao trabalho de contar este macabro episódio da história, aqui recuperado num oportuno artigo do The Independent.
Há um par de anos, quando fiz esta reportagem em Beirute, conheci a realidade destes dois bairros, que continuam a albergar em 1000 metros quadrados milhares de refugiados palestinos. Sem praticamente nenhum apoio, as várias facções convivem e organizam a vida destes bairros como se de um país se tratasse. Do abastecimento de água à segurança, o dia-a-dia vive-se com as marcas do massacre ainda muito vivas na memória dos que sobreviveram. Ao contrário do que vaticinou Ben Gurion, à data da fundação de Israel, os mais velhos foram morrendo ou foram sendo liquidados, mas os mais novos não esqueceram por mais que a matança continue.
O silêncio dos media ( e não só) sobre os crimes israelitas é ominoso.
A batalha da informação é de facto decisiva