Daqui a um mês, no rescaldo das eleições autárquicas e na iminência da revelação dos cortes escondidos, a problemática dos incêndios já estará fora da agenda mediática, aguardando pelo próximo Verão para que as suas imagens de destruição e terror voltem a abrir telejornais. A imagem deste Agosto só se perpetuará na memória dos mais próximos dos bombeiros que morreram e dos milhares de homens e mulheres que ajudaram a combater as 7283 ocorrências declaradas neste mês em que ardeu o equivalente em área a sete cidades de Lisboa.
Vendo os dados anuais de hectares ardidos desde 1985 constata-se a sua extraordinária irregularidade. A falta de uma tendência clara denota a pouca influência que a intervenção do Estado tem nos seus resultados, o que também pode ser expresso em argumentos financeiros contrapondo as perdas ambientais e materiais de 2224 milhões de euros entre 2002 e 2012 com os ridículos 74 milhões orçamentados para o combate aos incêndios em 2013.
O necessário reforço dos meios de combate e prevenção não deve fazer esquecer que a principal forma que o Estado tem de intervir é a gestão do território e a política de solos. Não será por acaso que, ainda que desde 1985 a qualidade da rede viária nacional tenha melhorado significativamente, isso não tenha tido qualquer influência nos dados globais sobre a área ardida. Bem pelo contrário, o quinquénio anterior (1980-84) é de longe o que teve menos área ardida porque as terras estavam ocupadas e a produzir.
Entre um território com actividade produtiva condenada aos processos medievais do salazarismo e o novo-riquismo arrogante com que o cavaquismo olhou para o espaço não urbano (e para quem o habitava), resta-nos tudo fazer para não repetir a história do séc. xx, reivindicando não apenas a liberdade e a democracia mas também o território.
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Tretas sem soluções.
Está de há muito reclamada a regulamentação da leii que prevê uma espécie de emparcelamento para a gestão da floresta.
Faltam determinar as penalizações para a lei ter efeitos práticos, e anuncia-se que ser+a feito.
Em vez de lamúrias batam-se por soluções concretas!
Aparentemente o autor esclarece que nos «processos medievais do salazarismo» «as terras estavam ocupadas e a produzir».
Eis um “comentário” típico de alguém um pouco desnorteado perante a denúncia serena duma tragédia. Denúncia essa que centra o debate no que é de facto essencial, convocando este para patamares mais altos do que o desejado por Menos
Sob as patas duma governação vergonhosa os resultados estão à vista.
Mas a coisa deve ser melhor esmiuçada.Deixemos para lá o bafo salazarista de Menos quando defende os métodos medievais do dito cujo e a sua tentativa torpe de deturpar o escrito pelo autor do post ao associar os tais métodos salazaristas com as terras ocupadas e a produzir… A revolução de Abril também passou por aqui mas não o necessário nem o suficiente.O cavaquismo e o seu modelo de “desenvolvimento ” ao serviço dos grandes interesses e asfixiador da nosso tecido produtivo mostrou o que vale …e continua a mostrar.Abandonemos todavia os ares bafientos e sórdidos do fascismo que Menos gosta tanto de tipificar como de carácter progressivo.Voltaremos mais tarde às “lamúrias”
Dois ou três dados que merecem reflexão:
-Todos os anos são devolvidos milhões de euros a Bruxelas, de fundos que não investimos na prevenção”. O alerta é feito por Domingos Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais.“A taxa de execução de acções do programa PRODER, destinadas à defesa da floresta, foi inferior a 10% em todo o país. Este valor reporta-se a Setembro do ano passado”, sublinha o investigador, que fala num desinvestimento progressivo na prevenção:
( já estando como ministra a representanto dos senhorios e dos latifúndios no governo a Cristas,trazida para este governo pela mão do irrevogável Portas.
“O Governo gasta quase quatro vezes mais no combate aos incêndios do que na prevenção. Em 2012, gastaram-se 75 milhões em combate e 18 milhões em prevenção. Este ano, atribuíram 74 milhões para combate e 20 para prevenção”.
Portugal tem “o pior desempenho em matéria de prevenção entre os países do Sul da Europa”, de acordo com o relatório publicado em Março pela Nações Unidas sobre o estado das florestas no Mediterrâneo
-Legislação bem recente, o Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho, que estabelece o regime jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização, com recurso a espécies florestais, no território continental parido por este governo troikista.vem provocar grandes alterações no setor florestal nacional.
Globalmente e sob o pretexto da simplificação burocrática, o tal decreto elimina, exigências de avaliações de carater ambiental e cria as condições para deferimentos tácitos, pondo-se em causa a proteção dos recursos naturais, do território, da rentabilidade das pequenas e médias explorações florestais e de valores ambientais, agravando os riscos de florestações sem planeamento nem ordenamento e logo, de mais riscos de incêndios florestais.Revoga um conjunto de legislação que ao longo de anos veio a introduzir limitações ao alargamento indiscriminado de espécies de crescimento rápido, nomeadamente de eucalipto. E vem ao encontro de reivindicações do monopólio da indústria da pasta de papel quanto à necessidade de aumento da produção de eucalipto, devendo ser cruzado com o projeto do Governo de alteração da Lei dos Baldios e com a posição da ministra da agricultura, de alargar a produção florestal aos perímetros de regadio. Pretende-se assim, abrir a porta para que a produção florestal de crescimento rápido se sobreponha à necessidade de redução de dependência em produções estratégicas como os cereais ou a carne, ou mesmo em produção de madeira de maior valor acrescentado.
O governo a governar de acordo com o pretendido pelo monopólio das celuloses.E não só.Sob a batuta da representante também da dita indústria , a ministra Cristas , a tal que foi levada pela mão e com tal objectivo pela mão inefável do irrevogável Portas.
O cheiro a queimado não consegue ocultar o fedor que emana desta governança neooliberal pesporrenta
Até me custa escrever isto. Ainda esta semana vi no canal da televisão da BBC World News, no boletim metereológico, a referência a Portugal como sendo o país que mais «ardia» na Europa.
pq é que estas crónicas nunca estão no menu de opinião do ionline atempadamente?
mas onde é que está o texto?
http://www.ionline.pt/iopiniao
semana após semana nunca o acho disponível e quando entra é tardiamente.
Não sei, também só os consigo encontrar por aqui:
http://www.ionline.pt/autor/tiago-mota-saraiva
todas as semanas os tento lder online e muitas vezes só depois de aqui surgirem dou com eles ou consigo lê-los.
devia chamar a atenção.