O que está em curso no Porto de Lisboa, o seu plano de extinção e com ele o despedimento, a prazo, de todos os estivadores, é provavelmente o maior ataque já feito a um sector profissional, ao qual a respectiva patronal procura, literalmente, partir a espinha.
Felizmente os estivadores têm mostrado que não estão na luta nas horas vagas e têm tido a capacidade de provar que a existência de um Porto em Lisboa é bom não só para a salvaguarda do seu posto de trabalho mas para toda a economia da capital e do país.
De contradição em contradição, os Bobones desta vida despediram 29 trabalhadores para dias depois suspenderem unilateralmente as férias em Agosto por alegada falta de pessoal e recorrem a todo o tipo de maniqueísmos para conseguir os seus objectivos.
A vitória da luta dos estivadores é, também por isso, uma vitória de todos os trabalhadores contra a precariedade e o desemprego, pelo que a campanha de solidariedade em curso deve ser abraçada por todos os de baixo e contra todos os de cima.
‘Querem fazer o mesmo trabalho com menos pessoas’ – chama-se aumentar a produtividade, ou aumentar a exploração, conforme o ponto de vista.
‘os meus colegas estão impedidos de ter um descanso’ – aí já não me convencem; não só a lei tem limites imperativos, como o regime de horas extras era (não sei como está agora!) tal que em muitos casos era preferível desviar os navios do que cumprir tais regras.
Dois turnos seguidos, 8 horas de descanso. Parece-lhe pouco?
Há limites na lei; assim como há o regime das urgências em hospitais…
Não são 16 horas a partir pedra, há intervalos, períodos de descanso, …há que saber mais antes de começar a gritar de ‘coitadinhos’!
Diz JgMenos, o especialista na estiva entre as demais labutas.
Porque é que os estivadores em vez de andarem ha meses em greve, não se despedem, e juntam-se para formar uma empresa, onde podem dar essas beneces pelas quais todos lutam?
Há uma formula mais eficaz. Ocupam o Porto de Lisboa, as empresas de Estiva e enviam o Dezperado num contentor para Singapura.
Singapura? Prefiro a Coreia do Norte
Pode escolher. A tarifa é grátis.
O melhor mesmo e andar em greve até partir…partindo está tudo bem. Já agora onde esta a tão falada frente comum?
Onde andam os restantes estivadores que participaram na ultima greve??
Não se ponham finos…acho que o melhor mesmo a fazerem um empresa para voçes e assim podem ter direito tudo.
Não quer concretizar ou fica-se pelo falar barato?
Triplex, é melhor não sugerir essa ideia de constituirem uma empresa, porque ofende o Renato. É que depois como patrões não podem passar a vida em greves. Pode sim, sugerir que seja mais uma vez o Estado a criar uma empresa estatal, para dar todos os beneficios que os grevistas desejam.