Terminou a mais intensa batalha travada até ao momento na guerra civil Síria. A cidade de Al Qusayr foi tomada pelas forças combinadas do exército árabe sírio, os comités populares/forças de defesa nacional e o Hezbollah (aka “a resistência”). Os mercenários armados pela Arábia Saudita e Quatar, os fascistas islâmicos canibais e os peões das potências neo-coloniais ocidentais foram escorraçados da cidade.
A batalha que se iniciou a 19 de Maio foi considerada desde cedo, quer pelas forças Imperialistó-canibais, quer pela Resistência, como uma batalha decisiva da Guerra. Um relato completo, mas sucinto, de todos os momentos decisivos pode encontra-se aqui. Até há pouco tempo os supostos experts pró-imperialistas entoavam em coro que o regime de Assad fazia parte do passado, mas a realidade do terreno foi-se impondo. Os serviços de espionagem ocidentais e os “think tanks” ao seu serviço vêm se obrigados a reconhecer os seus falhanços.
As forças de Assad e da Resistência já tinham alcançado algumas vitórias, após vencerem de forma decisiva em Al Qusayr os ganhos anteriores em Ilibid , Damasco ou Homs consolidam-se e noutros teatros, como em Aleppo, as perspectivas são mais positivas. A guerra ainda está longe de terminar, mas o regime de Assad e o eixo da resistência reforçaram-se. Assad e a Resistência só perderão a guerra se houver uma intervenção externa directa à escala do que se passou no Iraque ou no Afeganistão.
Se só agora escrevo sobre o mais explosivo conflito armado dos dias de hoje não é por mero acaso. Este é um conflito que irá e está a moldar o médio-oriente, que contribuirá para definir as relações de força na região e a nível global. Mas é também um conflito que divide campos ideológicos e de interesses. Que a União Europeia esteja dividida não é surpresa (seria isso sim se estivesse unida…). Mas mesmo as classes dirigentes de certas potências imperiais como os EUA ou o Reino Unido encontram-se divididas. O mesmo se pode dizer à Esquerda. A força política onde neste momento mais me revejo, o MAS, tem sobre este assunto (sobretudo devido às ligações internacionais) uma posição miserável, o mesmo se pode dizer destes, com quem concordo em muitos outros assuntos.
A minha posição sobre o conflito foi evoluindo, como de resto a do próprio Hezbollah ou de largas camadas da população Síria. Isto porque a própria situação concreta, no terreno, foi evoluindo também. Chegados a este ponto, quanto a luta no terreno é entre a Al Quaeda e o Hezbollah, entre a Resistência e o Imperialismo, entre a barbárie e o mínimo de civilidade, não tenho mais dúvidas de que lado devo estar.
Para quem esteja interessado no assunto existem algumas análises de fundo sobre o conflito e a sua evolução, embora seja necessário aplicar uma grande dose de espírito crítico a qualquer dos seguintes textos, creio que proporcionam uma visão mais “informada” do que se está a passar:
Why Assad “Wasn’t, Won’t be” Defeated? (Hezbollah)
Syria’s Mutating Conflict (International Crisis Group – pró-imperialista “soft-core”)
THE ASSAD REGIME: FROM COUNTERINSURGENCY TO CIVIL WAR (ISW – Think tank Norte Americano)
Para além destes textos, há uma série de sites e agências noticiosas que de várias perspectivas, vão fazendo um relato quotidiano do conflito. As mais relevantes julgo serem:
Al Arabiya (Sauditas: pró Imperialistó-Canibais)
AlJazeera (Quatar: pró Imperialistó-Canibais, mas com muita informação)
Al Manar (Hezbollah: Resistência)
Al Akhbar (Progressistas do Líbano: pró Resistência)
SANA (Agência de noticias do regime Sírio)
Guardian (Britânico: tendencialmente pró Imperialistó-Canibais, mas não é dos piores)
SOHR (pró Imperialistó-Canibais)
Antiwar.com (site Norte-Americano anti-imperialista, boa colecção de notícias)
A Batalha de Al Qusayr, quando a Resistência derrotou as trevas (II)
Enquadramento da questão e sua relevância.
Questões Internas. Oposição realmente existente. O regime Sírio e a sua base de apoio.
A Batalha de Al Qusayr, quando a Resistência derrotou as trevas (III)
A dinâmica externa. Potências imperiais, colaboracionistas e o eixo da resistência. Hezbollah aka Resistência.
A Batalha de Al Qusayr, quando a Resistência derrotou as trevas (IV)
Conclusões. A batalha de Al Qusayr. A oposição. Imperialismo. Consequências de uma derrota de Assad. Implicações para os movimentos anti-autoritários na região. Nós por cá. A questão da Paz e a crise humanitária.
Gosto muito quando um post está bem documentado. Parabens!
Quando a luta é entre o Hezbollah e a Al-Qaeda, apenas posso desejar votos de boa pontaria a ambos os lados.
Quando a luta é entre terroristas, só tenho pena que não se matem todos uns aos outros. Fazem tanta falta a este mundo como a fome.
Tinha que aparecer alguém antes de mim a dizer algo do género?…
Cheguei tarde…
Apoiado!
“quanto a luta no terreno é entre a Al Quaeda e o Hezbollah, entre a Resistência e o Imperialismo, entre a barbárie e o mínimo de civilidade, não tenho mais dúvidas de que lado devo estar”
O Ortega lá estará onde acha que deve estar
Al qaeda e Hezbollah são farinha do mesmo saco, pintem com a cor que queiram pintar.
Enquanto se matam uns aos outros não estão a por bombas em autocarros
Deve estar a brincar comigo com toda a certeza. A desonestidade tem muitos matizes mas não pode passar impune.
A contabilidade de mortes é algo macabro.Mas o império e as suas bombas têm o recorde destas.Basta lembrar só o Iraque.Ou a Líbia.
A aliança entre o islamo-fascismo e os States é um dado que só vem confirmar o que já se sabia.Com Israel pela perna a lembrar que .
Entretanto os “autocarros” esquecidos :
“De Junho de 2004 a meados de Setembro de 2012, os dados disponíveis indicam que os ataques de drones mataram 2562-3325 pessoas no Paquistão, das quais 474-881 eramelhor parar por aquicivis, incluindo 176 crianças (…) Esses ataques também feriram mais 1228-1362 indivíduos». (Segundo a Agência de Jornalismo de Investigação, uma agência noticiosa não lucrativa independente com base na City University de Londres, cujos dados e metodologia o relatório reviu e achou válidos.)”
O cheiro putrefacto não atinge as narinas de alguns?Sintomático,terrivelmente sintomático.
Entretanto os islamo-fascistas europeus estão a fazer tirocínio na Síria sob o alto patrocínio do ocidente.Para depois terem tempo para continuarem o seu trabalho pelo nossos lados e servirem de pretexto a muitas outras coisas?Inclusivé a comentários como estes
De, o facto de o Bush e o Obama mandarem bombas a partir de drones não anula que Al Qaeda e Hezbollah sejam um bando de cavernícolas.
Deviam ser todos fechados numa caixa que só se abria quando deixasse de haver barulho.
Mais uma vez repito: o artigo do Francisco põe alguns pontos nos is na abordagem desta questão.Sobretudo o segundo capítulo que já está aqui disponível.
E mais uma vez afirmo que a postura de ambas as organizações é radicalmente diferente .
Um breve fragmento do horror do fascismo islâmico:
http://www.infowars.com/gruesome-video-shows-syrian-rebel-beheading-civilian/
Os seus comentários sobre este assunto, fazem lembrar uma criança de 5 anos que tenta ter piada ao pé dos crescidos.
Depois de acabar o «Nesquick» com chocolate, tente despertar um pouco para esta situação.
Só tem pena que os terroristas não se matem uns aos outros?De vez em quando isso acontece com a al-qaeda e algumas franjas da soldadesca americana.Mas aqui na Síria os states têm como aliados o fascismo-islâmico,as monarquias árabes, israel a turquia.Os terroristas somados aos terroristas e a portarem-se como terroristas que são.Nada que já não tivéssemos visto,mas agora é difícil desmentir talos dados que se acumulam no terreno.
Falta o maior terrorista de todo o mundo-os EUA,melhor,o seu governo de oligarcas-e,tu ,meu cabrão!
las tropas de HEZBOLLAH, no estan luchando para ayudar a Al Assad , sino por sus VIDAS ….!…Recuerden que hace una semanas Al Nusra , rama yihadsista de Al QanCIA , amenazaba a HEZBOLLAH con eliminarlos , despues de la caida de Al Assad , ya que los consideran traidores y ademas , pertenecen al chiismo y por consiguiente enemigos de los sunitas , ( SOBRE TODO DE LOS WAHABITAS ) . Por consiguiente y en vista que la UE decidio mandar mas armas para los rebeldes , ( EEUU e ISRAEL ya se las estaban enviando , es mas la CIA engtrena a grupos de mercenerios yihadistas , tanto en las fronteras turcas ,m como en las de Jordania donde poseen varias bases ) , HEZBOLLA no ha tenido mas remedio que implicarse de lleno y gtratar conjuntamente con el ejercito sirio de mantener limpias de mercenarios las fronteras LIbano_SIRIAS .
Não subscrevo tudo mas este pequeno texto do Publico .es ajuda um pouco mais a perceber a tomada de posição dos combatentes do HEZBOLLAH.Há muito mais a dizer mas aqui começa a perceber-se o ódio de morte que os imperialistas têm por quem avança para a frente e lhes frustra os seus intentos
Ou seja, mercenários libaneses vão lutar na Síria para manter a Síria livre de mercenários…..
A verdade é que o Hezbollah vai lutar por Assad simplesmente porque Assad é quem treina, arma e financia grande parte do Hezbollah.
Se Assad cair e o Hezbollah perder esse importantíssimo apoio, os adversários libaneses do Hezbollah poderão aproveitar essa fraqueza e acabar com o domínio.militar do Hezbollah no Líbano.
A verdadeira razão é essa, mais nenhuma.
Por entre a poeira das palavras sobra alguma verdade.O alvo sírio destina-se a fazer pender o fiel da balança para o estado-pária de Israel e para os interesses do império. Com os olhos postos no Irão a que se seguirá a própria Rússia e a China.
Sem quaisquer escrúpulos a aliança dos states e do sionismo com o islamo-fascistas.
Mas este trabalho do Francisco escalpeliza muito melhor os factos do que bocas para a geral e comentários ofensivos, néscios e repugnantes de quem compara o Hezbollah com a al-qaeda.
“A verdade é que o Hezbollah vai lutar por Assad simplesmente porque Assad é quem treina, arma e financia grande parte do Hezbollah.”
Nada melhor que as coisas explicadas por quem sabe.
Esqueceu-se de um pequenino pormenor. Que Al Zawahri está a treinar e enviar milhares de fanáticos para a Síria, pagos por a “democrática” Arábia Saudita e outras petroditaduras do Golfo.
Essa verdade que exibe já mostrou a face no Afeganistão, Iraque e Líbia.
A sua verdade esconde o rosto tenebroso do imperialismo capitalista.
A sua verdade sustenta-se na mentira que provocou centenas de milhares de mortos, milhões de desalojados, atraso, destruição e sofrimento de povos e nações.
A sua verdade é a mesma que mergulhou na desgraça a maioria das populações dos antigos países Socialistas.
A sua verdade é filha legitima da burguesia.
Foi gerada, parida, é amamentada por quem oprime a humanidade.
“A sua verdade é a mesma que mergulhou na desgraça a maioria das populações dos antigos países Socialistas.”
Eles têm saudades imensas da URSS.
Se verificar sondagens e outros estudos o que verificará é que quem tem mais saudades da URSS são mesmo os antigos habitantes da URSS… Aliás antes da sua dissolução foi feito um referendo e a maioria disse que queria manter a URSS… http://en.wikipedia.org/wiki/Soviet_Union_referendum,_1991
Entre um e outro, não sei quem mais apoie. Custa-me sempre quando alguém se diz pela revolução por essa razão talvez me metam mais nojo os insurgentes. Mas os outros não têm de mim qualquer apoio igualmente.
LÁ TINHAM QUE VIR OS ‘INDEPENDENTES’ ….
que tristeza, valha-nos Allah!… ’tá tudo parvo nesta parvónia!
épa, dediquem-se a criticar os passos e os portas do burgo e deixem-se de tomar as dores de um conflito que está totalmente manchado por crimes de guerra!… e em que os únicos inocentes são aqueles que fogem desesperadamente a um conflito que já toda a gente percebeu que qualquer que seja a solução será pior que o estado anterior à guerra… esses sim, merecem destaque!
aBU,TU É QUE ÉS UM SMART GUY.
boa malha!
Granda malha!
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Há mais um site da resistência anti-imperialista: Al-Mukawama – Resistência (líbia)
http://resistencialibia.info/
Há outro dado novo nesta vitória do exército sírio contra os chamados “insurgentes”: é a da dificuldade de os Estados Unidos da América conseguirem prosseguir a sua conquista planetária. Um dia antes da vitória de Al-Qusayr, vimos o ministro Laurent Fabius acusar o exército sírio de usar gás “sarin” contra o povo sírio. Ao mesmo tempo, um porta voz da Casa Branca pedia ao presidente sírio para não tomar Al-Qusayr (para que esta cidade ficasse em poder dos insurgentes). Do outro lado, ouvimos Putin dizer que não iria tolerar uma intervenção militar na Síria.
Para todos aqueles que têm conhecimento da actual greve de fome a decorrer em Guantanamo, dos bombardeamentos com drones no Paquistão e Afeganistão, como também do julgamento de Bradley Manning, Al-Qusayr só pode ter um significado: Vitória!
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